Visões da linguagem cíclica

¿!  A linguagem se manifesta por ciclos.
¿!  Os idiomas evoluem em ciclos.
¿!  As fases da evolução cíclica dos idiomas são: infância, pureza, crescimento, queda na matéria, mescla com outras línguas, maturidade, decadência e morte.
¿!  A linguagem nem sempre está apta a exprimir pensamentos espirituais.


Verão



Saudações a tudo que se manifesta por ondas.

Saudações aos que fiam, aos que tecem, aos que cantam e aos que nadam como as Nereidas, as personificações das ondas. Saudações aos que apostam na mega da virada, aos que jogam na bolsa, aos que trabalham com moda, aos que não têm emprego fixo, aos que não têm salário fixo, aos que surfam, aos que vivem seus altos e baixos, cristas e vales, aos que vivem entre o nascimento e a morte.

Saudações aos contrastes, ao preto e branco. Saudações aos que mergulham nas escuras águas profundas e aos que flutuam na clara espuma da superfície.

Saudações à passividade, aos que se deixam levar ao sabor das ondas.

Saudações aos que conhecem a força que ergue as ondas com violência. Aos que conhecem a força da inércia.

Saudações às ondas do verão, às ondas do mar, às ondas de calor, às ondas do calçadão. Conheçamos a frequência do que se move periodicamente.

Saudações à fonte de tudo que se manifesta por ondas. 
Equinócio de outono



O blogue e o tempo

O blogue é uma escrita em função do tempo. Cada post é um momento que aparece e desaparece com um clique. O blogue é uma sucessão de momentos, uma repetição de momentos. Uma repetição na condensação. O link liga os momentos.


Uma questão de tudo ou nada

[...] o Mistério da Vida não pode ser decifrado de modo fragmentado. Não podemos decompor o Grande Mistério em uma quantidade de problemas elementares para, então solucioná-los um a um, embora seja isto o que a filosofia moderna tenta fazer. A resolução do Mistério depende de obter-se uma visão sintética do Eterno e não de reunir as soluções separadas e parciais obtidas por meio do processo analítico do intelecto. É uma questão de “tudo ou nada”. 


I. K. Taimni – A Ciência do Yoga


Deixando a Casa da Flôr




1. Se dá voltas a uma escultura,/ o corpo é que a envolve, livre;/ se penetra em qualquer pintura/ como janela que se abrisse;// se pode boiar numa música,/ nos pauís doentes de que consiste;/ se pode ir em fins de semana/ a romances que tenham o “habite-se”.//

2. Mas só a arquitetura é total,/ não virtual, ao corpo que a vive,/ ainda mais se essa arquitetura/ numa cidade se urbanize;//

Com os versos de João Cabral de Melo Neto nos despedimos da Casa da Flôr. Aproveitamos para agradecer ao sobrinho-neto de Seu Gabriel, que nos acompanhou durante a nossa visita, que contou histórias sobre a casa e que se despediu de nós recitando uma poesia. Retribuímos agora com os versos do Ferrageiro de Carmona

Explicaria o Ferrageiro que as flores de Seu Gabriel são “flores criadas numa outra língua,/ nada têm das flores de fôrma moldadas pela das campinas”. A Casa da Flôr não é feita de “[...] uma flor já sabida,/ mas do que pode até ser flor/ se flor parece a quem o diga”.

E nós, blogueiros, explicaríamos ao Ferrageiro que não foi a força com que se trabalha o ferro forjado, material de grande resistência, que deu limites às flores de Seu Gabriel. As flores de Seu Gabriel são feitas de materiais de pouca resistência, que se quebram facilmente. Foi a força do pensamento que uniu os cacos, dando-lhes uma nova forma.

Nos posts de Nossos Estudos Poéticos, a arquitetura da Casa da Flôr tornou-se virtual. Em Nossos Estudos Poéticos, os mosaicos de Seu Gabriel tornaram-se tesselas de nosso mosaico. Que todas as tesselas venham a ser um mosaico. Que todos os fragmentos venham a ser tésseras. Que tudo floresça e, depois, volte a ser uma semente.


No jardim da Casa da Flôr




a rosa dos ventos, a rosa de ouro, a Rosa de Hiroshima, a Rosa Cândida, a rosa-cruz, a rosa mística, o lótus, a hortênsia, a anêmona, o narciso, o lírio, o girassol vítreo, a taça de vida, a chuva, o orvalho, a alma, o coração, o amor, uma roda, uma rosácea gótica, uma mandala, uma pedra de roseta, de a a ksha, do alfa ao ômega, de A a Zum rosário


Tentativas de resposta

Para que serve a poesia? Serve para expandir, sintetizando.
Para que serve a poesia hoje? Serve para transcender o tempo.
A que serve a poesia? Serve a algo maior.
O que é poesia? Poesia é um serviço!


Luz queimada




Nas ruas, as casas e os prédios começam a ser enfeitados para as festas de fim de ano com os tradicionais pisca-piscas. Dentro da casa do artista, olhando para o alto: um mosaico de lâmpadas queimadas – como palavras que perdem seu significado, como símbolos que viram enfeites, como mundos que deixam de existir.


Descrição ou discrição

“Qualquer descrição desse mundo só pode ser vaga, indireta, simbólica ou expressa por meio de negativas”, é o que nos diz Taimni. Consultando o dicionário Aurélio, encontramos que descrição é a exposição circunstanciada feita pela palavra escrita ou falada. Ampliando seu significado, podemos ainda dizer que descrever é contar minuciosamente, fazer uma enumeração ou relação. O problema é que, enquanto presos a nomes e formas, não podemos conhecer as coisas como elas realmente são. Daí a dificuldade de descrever o universo em que vivemos.

Fazer uma descrição cheia de predicativos a partir do conhecimento de inúmeros fatos ou minúcias de um determinado tipo torna-se inútil se não conhecemos a relação fundamental entre os fatos, se não conhecemos sua natureza ou qualidades essenciais

Enquanto vivermos no reino dos nomes e das formas, não haverá razão para não aproveitarmos as respostas que nomes e formas nos tragam. No entanto, há de se desenvolver a discrição para alcançarmos a real descrição do mundo. Discrição aqui no sentido de discernimentoa qualidade de quem sabe guardar segredo.


O conhecimento e a sabedoria

O CONHECIMENTO SÃO AS TESSELAS. A SABEDORIA É O LINK.


A flor da superfície


A Casa da Flôr ainda guarda os pertences de Seu Gabriel – um livro, uma bandeira do Brasil, fotos de família, a louça que aparece na foto. Vejam: há uma flor pintada sobre a superfície do bule. As flores existem no todo e nas partesAs flores existem profunda e superficialmente.


Terceiro turno – os personagens

A literatura eleitoral, ao apresentar a fala do personagem Candidato, apresenta também a fala do personagem Eleitor. É um monólogo no qual o Candidato fala o que o Eleitor quer ouvir – que se trata de um diálogo entre o Candidato e o Eleitor. Em seu discurso, o Candidato apresenta os valores, os critérios de avaliação, os medos, os desejos, as fantasias e as carências do Eleitor: compromisso, competência, coragem, honestidade, o bem comum, respeito à justiça social, à solidariedade humana e à diversidade sexual, meritocracia, parceria, qualidade de vida, integração, sustentabilidade, acessibilidade, mobilidade e fim da impunidade. 

O Candidato quer esquecer o passado. O Eleitor tem medo do velho e deseja o que é novo, de preferência no plural. O Candidato mostra a necessidade da elaboração de novas leis e do investimento em novas tecnologias. A fim de que o Brasil seja para sempre o País do Futuro, Candidato e Eleitor fantasiam viver na Terra do Nunca. Candidato e Eleitor formam uma téssera cuja senha é o voto.


Versos de descanso: os deuses

Os deuses esquecidos nos números das horas, os deuses esquecidos nos nomes dos dias da semana, e nos nomes dos meses, os deuses esquecidos nos nomes dos reis e das eras e dos kalpas, os deuses esquecidos nos nomes, os deuses esquecidos no tempo, os deuses esquecidos em nós – descansam?


Ron English – Do Estúdio para a Rua


Tesselas de quadrinhos

O quadro é de Nossa Senhora. Os quadrinhos são da Mulher Maravilha. A obra é de Ron English.

Visitamos a exposição Do Estúdio para a Rua na Caixa Cultural RJ em 1º de novembro. Descobrimos 110 obras do padrinho da arte urbana, mais um elo da corrente formada por ... Picasso, Andy Warhol, Banksy, Shepard Fairy ...

O processo criativo do artista pode ser visto no documentário POPaganda: The Art and Crimes of Ron English, dirigido por Pedro Carvajal e exibido em uma das salas da mostra. Destacamos a metalinguística na apropriação de outdoors para se refletir sobre o consumo sem perder o humor típico da linguagem da publicidade.

De acordo com o curador Rafael Ferraz, Ron English reconfigura e ressignifica a iconografia pop. De acordo com o próprio Ron English, seu trabalho recontextualiza as imagens do consumismo pop na sua visão do que é a alma americana.

Mc Supersized, mascote da rede de phat food, reparte um hambúrguer na Santa Ceia com 12 personagens de animação, Huck Boy está crescendo assustadoramente, a chupeta tem uma bala de revólver, o cérebro é um útero, a lâmpada elétrica contém o cogumelo da bomba atômica, Abraham Obama é presidente dos EUA, o V de vitória é o V de violência no gesto de paz e amor formado por dois mísseis e o Smile revela o maxilar de uma caveira.

Em Nossos Estudos Poéticos, tudo tesselas de um colorido mosaico, quadrinhos em história.


Fonte da imagem: www.pinterest.com


Terceiro turno – a narrativa


As campanhas eleitorais nos proporcionam uma literatura típica – a da propaganda política. Este gênero apresentou-se como um misto de biografia/ curriculum vitae, no qual os candidatos contavam as suas narrativas. Começavam pelo começo: lugar e família de nascimento. Depois, passavam aos tópicos da vida profissional (formação, profissão e carreira). Muitos começaram a trabalhar com os pais, dado que comprova o mito da hereditariedade no Brasil, onde se herdam dons, talentos, cargos, capitanias. Está no sangue. Enfim, chega-se à vida política do candidato. O perfil é o do trabalhador ágil, dinâmico, apaixonado, firme, empreendedor, eficiente, que faz o quê? A diferença. 

Ele tem um desafio, ele tem uma missão, ele luta pela libertação das vítimas das modernas formas de escravidão (as drogas e a exploração da prostituição), pela liberdade religiosa, pela defesa da educação, da cultura, do patrimônio, do meio ambiente, pela valorização da dança, do teatro, da música, das artes plásticas, do circo. Ele luta não em grandes combates, mas em grandes debates.


História de um cão



Aos professores que ensinam poesia aos alunos, aos pais que ensinam poesia aos filhos e aos que seguem a Lei do Sacrifício: 


História de um cão

Eu tive um cão. Chamava-se Veludo:
Magro, asqueroso, revoltante, imundo
Para dizer numa palavra tudo
  Foi o mais feio cão que houve no mundo

Recebi-o das mãos dum camarada,
Na hora da partida, o cão gemendo,
Não me queria acompanhar por nada:
Enfim - mau grado seu - o vim trazendo.

O meu amigo cabisbaixo, mudo,
Olhava-o... o sol nas ondas se abismava...
"Adeus" — me disse — e ao afagar Veludo,
Nos olhos seus o pranto borbulhava.

"Trata-o bem. Verás como rafeiro
Te indicará os mais sutis perigos;
Adeus! E que este amigo verdadeiro
Te console no mundo ermo de amigos."

Veludo a custo habituou-se à vida
Que o destino de novo lhe escolhera;

Sua rugosa pálpebra sentida
Chorava o antigo dono que perdera.

Nas longas noites de luar brilhante
Febril, convulso, trêmulo, agitado
A sua cauda — caminhava errante
À luz da lua — tristemente uivando.

Toussenel: Figuier e a lista imensa
Dos modernos zoológicos doutores
Dizem que o cão é um animal que pensa:
Talvez tenham razão estes senhores.

Lembro-me ainda. Trouxe o correio
Cinco meses depois, do meu amigo
Um envelope fartamente cheio:
Era uma carta. Carta! era um artigo

Contendo a narração miúda e exata
Da travessia. Dava-me importantes
Notícias do Brasil e de La Prata.
Falava em rios, árvores gigantes:

Gabava o steamer que o levou; dizia
Que ia tentar inúmeras empresas:
Contava-me também que a bordo havia
Mulheres joviais - todas francesas.

Assombrava-me muito da ligeira
Moralidade que encontrou a bordo:
Citava o caso d’uma passageira...
Mil coisas mais de que me não recordo.

Finalmente, por baixo disso tudo
Em nota bem do melhor cursivo
Recomendava o pobre cão Veludo
Pedindo a Deus que o conservasse vivo.

Enquanto eu lia, o cão tranquilo e atento
Me contemplou, e — creia que é verdade,
Vi, comovido, vi nesse momento
Seus olhos gotejarem de saudade.

Depois lambeu-me as mãos humildemente
Estendeu-se aos meus pés atencioso
Movendo a cauda e, — adormeceu contente
Farto d'um puro e satisfeito gozo.

Passou-se o tempo. Finalmente um dia
Vi-me livre daquele companheiro;
Para nada Veludo me servia
Dei-o à mulher d'um velho carvoeiro.

E respirei! "Graças a Deus! Já posso"
Dizia eu "viver neste bom mundo
Sem ter que dar diariamente um osso
A um bicho vil, a um feio cão imundo."

Gosto dos animais, porém prefiro
A essa raça baixa e aduladora
Um alazão inglês, de sela ou tiro,
Ou uma gata branca cismadora.

Mal respirei, porém! Quando dormia
E a negra noite amortalhava tudo
Senti que à minha porta alguém batia:
Fui ver quem era. Abri. Era Veludo.

Saltou-me às mãos, lambeu-me os pés ganindo,
Farejou toda a casa satisfeito;
E — de cansado — foi rolar dormindo,
Como uma pedra, junto do meu leito.

Praguejei furioso. Era execrável
Suportar esse hóspede importuno
Que me seguia como o miserável
Ladrão, ou como um pérfido gatuno.

E resolvi-me enfim. Certo, é custoso
Dizê-lo em alta voz e confessá-lo
Para livrar-me desse cão leproso
Havia um só meio: era matá-lo.

Zunia a asa fúnebre dos ventos;
Ao longe o mar na solidão gemendo,
Arrebentava em uivos e lamentos...
De instante em instante ia o tufão crescendo.

Chamei Veludo: ele seguia-me. Entanto
A fremente borrasca me arrancava
Dos frios ombros o revolto manto
E a chuva meus cabelos fustigava.

Despertei um barqueiro. Contra o vento,
Contra as ondas coléricas vogamos;
Dava-me força o torvo pensamento:
Peguei um remo — e com furor remamos.

Veludo à proa olhava-me choroso,
Como o cordeiro no final momento.
Embora! Era fatal! Era forçoso
Livrar-me enfim desse animal nojento.

No largo mar ergui-o nos meus braços
E arremessei-o às ondas de repente...
Ele moveu gemendo os membros lassos
Lutando contra a morte. Era pungente!

Voltei à terra — entrei em casa. O vento
Zunia sempre na amplidão profundo.
E pareceu-me ouvir o atroz lamento
De Veludo nas ondas moribundo.

Mas, ao despir dos ombros meus o manto
Notei — oh grande dor! haver perdido
Uma relíquia que eu prezava tanto!
Era um cordão de prata: eu tinha-o unido.

Contra o meu coração constantemente
E o conservava no maior recato,
Pois minha mãe me dera essa corrente
E, suspenso à corrente, o seu retrato.

Certo caíra além no mar profundo
No eterno abismo que devora tudo;
E foi o cão, foi esse cão imundo
A causa do meu mal! Ah, se Veludo

Duas vidas tivera — duas vidas
Eu arrancara aquela besta morta
E aquelas vis entranhas corrompidas!
Nisto senti uivar à minha porta.

Corri, - abri... Era Veludo! Arfava:
Estendeu-se a meus pés — e docemente
Deixou cair da boca que espumava,
A medalha suspensa da corrente.

Fora crível, oh Deus? — Ajoelhado
Junto do cão — estupefato, absorto,
Palpei-lhe o corpo: estava enregelado
Sacudi-o, chamei-o! Estava morto.


Luis Guimarães (Filho)



Cachorro no quintal








Durante a visita à Casa da Flôr, fomos acompanhados pelo sobrinho-neto de Seu Gabriel. Ele nos disse que, às vezes, alguns estudantes fazem piquenique no quintal da casa. Contou também que Seu Gabriel gostava muito de cachorro, e mostrou o lugar onde havia sido enterrado seu bichinho de estimação – um túmulo cheio de pequenas pedras.



Matéria, arte, vida



Nossa afinidade com o pensamento do autor destas palavras recitadas se reflete nos links:


Os artistas lidam com matéria inerte. O homem que está esculpindo a imagem do seu Eu verdadeiro para emergir de sua natureza inferior está trabalhando com alguma coisa viva, real. Um problema da vida está sendo resolvido. Um quadro vivo do que deveremos ser no futuro está sendo pintado. Uma nova estátua corporificando nossa futura perfeição está sendo esculpida no mármore bruto de nossa natureza inferior. É a criatividade divina neste trabalho que transforma nossa vida numa canção, apesar de todas as perturbações e tribulações que passamos na periferia de nossa consciência no mundo externo. É semelhante ao processo de um botão tentando abrir-se em flor com toda a alegria natural sempre presente em tal processo de desenvolvimento na natureza. Estamos tentando trazer o futuro para o presente. Estamos nos tornando aquilo que somos. Não sabemos como a estátua será, mas Aquele que é o Eu interior sabe e sentimos sua mão guiando-nos ao tomarmos o buril e começarmos a modelar o bloco de mármore de nossa natureza bruta. Os que são artistas e conhecem a alegria de pintar um quadro ou escrever um poema podem avaliar o que seria a felicidade de produzir uma imagem divina viva, que potencialmente está oculta em nosso interior. Um quadro é coisa morta, uma estátua é coisa morta, mas aquilo que tem vida, que aos poucos vai surgindo de nosso interior, é um Ser Divino de infinito potencial, que se torna cada vez mais um veículo do amor, da sabedoria e do poder divinos.


I. K. Taimni, em Autocultura à Luz do Ocultismo



Terceiro turno – o pronome indefinido



O tempo futuro parece encontrar no Brasil a sua correspondência no espaço. Afinal, somos O País do Futuro. O espaço tão bem descrito na Canção do Exílio de Gonçalves Dias: “Nosso céu tem mais estrelas,/ Nossas várzeas têm mais flores,/ Nossos bosques têm mais vida,/ Nossa vida mais amores”. No país gigante, uma palavra muito empregada pelos políticos é a palavra maismais vagas, mais ciclovias,  mais participação dos cidadãos nas decisões políticas, mais habitação social, mais planejamento metropolitano, mais esporte, mais fiscalização, mais prioridade, mais foco, mais investimento, mais aumento, mais ampliação, mais expansão, mais otimização... mais mais.



Versos d’água: a enchente



Deslizam raízes como fraturas expostas, como cobras empalhadas, cicatrizes da tempestade, impressão dos raios, boiando na terra encharcada, supersaturada de água. 



Universo aberto e universo fechado




DAS QUESTÕES SE CRIAM UNIVERSOS.
NO UNIVERSO ABERTO, A RESPOSTA É UMA PERPÉTUA EXPANSÃO.
NO UNIVERSO FECHADO, A RESPOSTA É UM RETORNO À PERGUNTA.



A perda da visão poética 12



POETA INVISÍVEL...
POETA VIDENTE; POETA VISIONÁRIO; POETA VOYEUR...
POETA VISUALIZADO... POETA OLHEIRO...


Versos de descanso: transfiguração


E quando lemos o livro, e nos espelhamos, e nos reconhecemos, parece a conversa da transfiguração no alto da mais alta montanha. Para os outros, parecemos estar sozinhos.


Terceiro turno – o tempo verbal e o prefixo

O tempo da política brasileira parece ser mesmo o futuro – do presente, do pretérito e do subjuntivo. Foi o que pudemos perceber na leitura dos panfletos dos candidatos a deputado, governador e presidente deste ano.

O futuro nas suas mãos, mudança, avanços e progresso são algumas das expressões eleitas pelos redatores de panfletos, folders, revistas, cartazes, santinhos... As antigas promessas ganharam a forma de projetos. E os eleitores perguntaram: cadê as propostas?


O significado do poema


A DESCOBERTA DO SIGNIFICADO DE UM POEMA MUDA NOSSA RELAÇÃO COM ELE.


Versos d’água: as ondas

Eram versos certos escritos por linhas ondas, versos de espuma, pedras e conchas, versos brancos e livres, vindos da linha do horizonte, escritos com água, pelo vento, na areia.

Entrando na Casa da Flôr


http://nossosestudospoeticos.blogspot.com.br/2014/11/cachorro-no-quintal.html




Senhores, eu fiz apenas um ramalhete de flores escolhidas: nele nada existe de meu, a não ser o laço que as prende – disse Montaigne. Rompei o cordão ou desatai o laço, como vos parecer melhor – HPB acrescentou.

Não rompemos, nem desatamos: damos ainda mais laços de links ao ramalhete de azulejo e louça encontrado no interior da Casa da Flôr.


A perda da visão poética 11

O POETA VIDENTE EVIDENCIA O TODO DO QUAL OS FRAGMENTOS FAZEM PARTE.


Deus esteja na Casa da Flôr


http://nossosestudospoeticos.blogspot.com.br/2014/10/entrando-na-casa-da-flor.html


Depois de lida a placa oficial, que apresenta a Casa da Flôr como uma obra de arquitetura espontânea popular, lemos a mensagem gravada por Seu Gabriel em 10 de abril de 1899: Deus esteja nesta casa.

Diante do desejo do artista e em meio à união de tantos fragmentos, sentimos a presença divina, ou percebemos a unidade na diversidade, quando vemos uma casa se tornar uma não casa, se tornar uma flor, se tornar uma história, se tornar um templo...

Sim, uma casa se transforma em um templo quando é um espaço para a arte, quando é matéria para criação.


O amor que há nos mosaicos

Atraindo belas palavras para formar nosso mosaico de estudos poéticos:


O amor é a atração entre um fragmento da Divindade e outros fragmentos, ou para o Todo, do qual esses fragmentos são derivados. É uma atração que é sentida quando esses fragmentos são cobertos por camadas separadas de mente e matéria. É assim o inverso da força que mantém esses fragmentos separados na manifestação.


¿!


O puro amor atrai um fragmento da consciência separada para o Conjunto do qual se separou, de modo que possam unir-se outra vez. 


I.K. Taimni, em Autocultura à luz do ocultismo


Para entender

PARA ENTENDER ESTE POST É PRECISO ANTES COMPREENDER TODO O BLOGUE.


A perda da visão poética 10

Como a perda da visão poética fragmenta a verdade ou como a perda da visão poética visualiza posts sem ler links:


Não apenas nada é visto como um todo pelo intelecto, mas também nada é visto em sua correta perspectiva, em sua relação com outras coisas e outras verdades existentes ao mesmo tempo. Isto faz com que se superestime a importância das verdades parciais, utilize indevidamente o conhecimento relativo às forças naturais, adote meios errados para atingir fins corretos, e tantos outros males dos quais a civilização moderna, baseada no intelecto, fornece muitos e notáveis exemplos. Esta falta de perspectiva e percepção do todo é característica de todo conhecimento e ação baseados no intelecto divorciado da sabedoria.


I. K. TaimniA ciência do yoga