4. O homem e seus símbolos – O processo de individuação





1. As questões

Temos um objetivo de vida significativo pelo qual valha a pena ser livre?

Procuramos algo impossível de achar ou sobre o qual nada sabemos. Voltamo-nos para as trevas, tentando descobrir qual o seu objetivo secreto, o que esse algo vem nos solicitar. Um dos mais difíceis problemas que se nos apresenta é o seguinte: como adivinhar se o nosso sinistro personagem (a Sombra) simboliza uma deficiência que precisamos vencer ou um aspecto significativo da vida que devemos aceitar.

2. Os símbolos

O centro mais íntimo do homem é semelhante a uma pedra. Simboliza a pedra a experiência mais simples e profunda, a experiência de algo eterno que o homem conhece naqueles instantes em que se sente inalterável e imortal.

A mudança é simbolizada pela travessia de um curso d’água.

A totalidade é simbolizada pelo Self (o ser).

3. Poesia e criação

A essência do ser humano recebe inspirações divinas, traduzindo-as em palavras, moldando-as pela arte. Somente se o homem puder usar sua liberdade para criar algo significativo é que vale a pena obter sua liberdade.

4. Téssera e tesselas

O processo de individuação é a harmonização do consciente com o nosso próprio centro interior. Para realizar tal processo é preciso nos submetermos conscientemente ao poder do inconsciente. Nosso utilitarismo deve ceder às exigências da nossa essência inconsciente. Nesse processo, a Sombra representa o lado contrário do Ego e encarna os traços de caráter que mais detestamos nos outros.

O maior empreendimento do homem é realizar seu destino. Cada um de nós tem uma maneira particular de autorrealização.

5. O significado

Existe uma sincronicidade, uma coincidência significativa entre os fatos. Esta sincronicidade entre os fatos penetra mais profundamente na interrelação da essência do ser humano com a matéria.

6. Links

Nosso primeiro acesso ao inconsciente revela-nos um sentimento de singularidade. Sentimo-nos muito diferente dos outros. Isso traz uma certa tristeza. Projeções toldam a nossa visão do próximo, destruindo as possibilidades de um relacionamento humano autêntico.

Mas existe um aspecto coletivo no Self e, portanto, uma função social: ele trabalha secretamente na união de indivíduos que se acham separados e que foram feitos, no entanto, para se entender.

7. O mistério

Nossa realidade psíquica interior manifesta um mistério vivo que só pode ser expresso por um símbolo. Quando encontramos este símbolo dentro de nós, o fluxo discursivo de representações do Ego (de um pensamento a outro) e seus desejos (de um objeto a outro) se acalma. Os poderes divinos podem, então, se reproduzir no espelho da alma humana.

Cristo, Krisna e Buda são imagens religiosas que simbolizam o processo de individuação.