A publicidade por vezes cria. Em
geral, a publicidade é uma tradução.
A publicidade traduz, e leva um desejo a
uma forma, um consenso a um desejo, uma forma a um consenso. E nessa constante tradução nos leva de uma parte a outra de nós mesmos, através de várias
camadas que desconhecemos. Essa tradução nos leva indiferente ao fato de
querermos embarcar ou não.
Como um conceito tão sadio pode vender um sistema de saúde tão doente? A parte não pode viver fora
do todo. Mas esse pensamento pode chegar a ser diabólico, como em
Fausto: "Eu sou a parte da parte que já foi todo".
Aqui a doença
faz parte. O diabo faz parte. Os
absurdos fazem parte de tudo isso. O crime é um absurdo, a corrupção é um absurdo,
Demósthenes é um absurdo, o tráfico de drogas é um absurdo, acidentes de
trânsito são absurdos, legislar a bicicleta elétrica é um absurdo... O que não é um absurdo hoje em dia?
A publicidade
por vezes cria. Em geral, a publicidade é tradução. Entre desejos, consensos e formas, não há homem capaz num mundo absurdo. E quando a mente contraria o corpo e quando o corpo contraria a mente é que a inteligência se cala.