Os gêneros literários, a rigor, são
realidades arquetípicas: eles enquadram e orientam a
multiplicidade de fatos na história literária, sem nunca estarem manifestos em
toda a sua pureza, e também sem nunca desaparecerem totalmente, não importa o
quão irreconhecível eles podem estar por trás da multidão geralmente confusa de
fatos particulares e variações.
A dificuldade sentida pelo homem
contemporâneo em compreender os gêneros e reconhecê-los em meio
à confusão de dados empíricos é exatamente a mesma que ele tem de
encontrar qualquer significado arquetípico nos fatos da vida diária
que foram totalmente banalizados e coisificados, cortados do reino dos
arquétipos pela fumaça e pelo barulho da instantaneidade comercial e industrial,
bem como pelas
distorções poluentes que a indústria de comunicação de massa criminalmente
introduz no
mundo das imagens e dos símbolos.
A dificuldade em ver está no sujeito
e não no objeto.
(Livro Os gêneros literários: seus fundamentos
metafísicos, de Olavo de Carvalho)
Começa em Os
gêneros literários – a Questão