Breve história da arte

De acordo com Fritz Baumgart, autor de Breve história da arte, no século XX, o feio passa a ser conscientemente utilizado como recurso de expressão. Tem-se a impressão de que as coisas são produzidas apenas para que se escreva sobre elas. A consequência lógica disso é que os “artistas” não produzem mais. Eles apenas anotam suas ideias e as põem à venda.

Como pode alguém ser artista sem produzir? Quem é o comprador de anotações? Por que ele se contenta com as anotações? Que artista é esse que faz tão mau uso da escrita? Que a reduz a sua origem comercial, esquecendo-se de seu aspecto literário, artístico?

O que quer o artista que se dedica ao feio? Entendo que alguns artistas recorreram ao feio para mostrar a própria ausência de beleza do mundo que estávamos construindo, ou melhor, destruindo com a sistematização das guerras. Mas essa mensagem não provocou uma ação que justificasse a insistência no feio. A celebração do feio hoje só comprova o quanto estamos cegos. Penso que o artista não é aquele que espelha o que todos veem, mas o que vê o que os outros ainda não viram.

Na visão de Baumgart, a arte é necessária para o sentimento, âmbito da vida que não pode ser preenchido pelos meios de comunicação ou pela técnica. E não é a sociedade que precisa da arte, mas cada indivíduo isolado. O artista deveria colocar à disposição do sujeito questionador uma riqueza de interpretações e organizações. A arte é a configuração do desordenado. Quanto mais nossos sentimentos forem pressionados por uma única forma de organização, mais precisaremos dessa liberdade de interpretações e organizações chamada arte, mais precisaremos das Belas-Artes.