A linguagem humana tem sua raiz em faíscas instintivas, em lampejos
que interligam diretamente sensações e intuições. Daí
os símbolos reunirem várias coisas em uma coisa só.
É sobre essas unidades, sobre essas certezas compartilhadas, que vão se formando noções, conhecimentos e conceitos racionais. E
podemos até senti-los todos, quando mais íntimos de nossas sistemáticas reflexões.
A consciência possui um processo mais lento. O sentimento possui um
processo mais lento. Então, por que usar a linguagem e escrever para despertar ou acender a brasa dos sentimentos humanos?
Por que não acender os instintos ou as intuições? Com que motivação ou a
serviço de quê se faz isso?
Entre sensações e intuições respiramos. Entre imagens e símbolos transitamos. Entre metáforas e outras figuras culturais fixamos os seres humanos em torno da mesma moeda, enlaçamos os homens lado a lado para manter a própria cultura e para manter a estrada que nos impele
a caminhar, mesmo não sabendo para onde.