Medicina: ainda o sentir

O exercício da medicina precisa de sentimento. Ele precisa de envolvimento emocional. Quem compôs uma grande obra, como a ‘9ª Sinfonia’, obra de Mozart, eles têm de ter um grande sentimento.

Afirma para o Jornal Bom Dia Brasil de hoje o médico José Ribamar, cirurgião-geral no Rio de Janeiro há 48 anos, que procura alimento e inspiração fora da medicina. Ele diz sempre ouvir música depois de um dia de trabalho.

Continua em O sentir.

Papel

Papel – 1) Pasta de matéria fibrosa de origem vegetal, refinada e, quando necessário, branqueada, contendo cola, carga e, às vezes, corantes, a qual se reduz, manual e mecanicamente, a folhas secas finas e flexíveis, bobinadas e resmadas, usadas para escrever, imprimir, desenhar, embrulhar, limpar e construir. 2) A personagem representada por um ator. 3) Desempenho, função. 4) Papel de imprensa: papel de jornal, papel de impressão. 5) Papel de jornal: papel de impressão, pouco encolado e com alta percentagem de pasta mecância, adequado ao custo e à rapidez de impressão de jornais. 5) Papel de impressão: qualquer dos numerosos papéis destinados à produção de livros, revistas e impressos em geral. (Adaptado do Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa)

Papel – Século XIV. No século XV, papell. Do catalão paper, deriva do latim papyrus e, este, do grego pápyros. (Adaptado do Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa)

Papyrus – Papiro, arbusto do Egito, de cuja entrecasca faziam papel, estofo, velas de navio, cordas e outros artefatos. Folha de escrever, página, papel, escrito, manuscrito, livro. (Adaptado do Dicionário Latino-Português)

Papel – Aparece em cobertura, brancura, evidência, escrita, livro, drama, trabalho, plano, insignificância, conduta e fiança. (Adaptado do Dicionário Analógico da Língua Portuguesa)

Papel – O simbolismo corrente do papel está ligado ou à escrita que ele recebe ou à fragilidade de sua textura (papel enrugado, papel molhado). Portador de imagens, ele é o substituto frágil da realidade. (Adaptado do Dicionário de Símbolos)


Visões do estudo desinteressado

¿  O estudo pode ser desinteressado.
¿  O estudo desinteressado não volta atrás – ele segue apesar dos obstáculos.
¿ O estudo desinteressado não volta atrás – o que dele se aprende não pode ser esquecido.
¿  O estudo desinteressado conduz à sabedoria.
¿  A sabedoria conduz à compreensão.
¿  O julgamento tem por antecedentes o estudo, a sabedoria e a compreensão.


A perda da visão poética 2

POETA VIDENTE; POETA VISIONÁRIO; POETA VOYEUR...
POETA VISUALIZADO...


Recitando Ensaio sobre a cegueira

Rolo

Rolo – 1) Qualquer coisa de forma cilíndrica um tanto alongada. 2) Em bibliologia, forma característica do manuscrito em papiro. 3) Em artes gráficas, cada um dos cilindros que, compreendendo um eixo coberto de substância gelatinosa ou de matéria plástica, e dispostos em grupo, tomam, distribuem e transmitem a tinta à fôrma, nas máquinas de impressão. 4) Grande onda. 5) Massa gasosa ou mais ou menos densa, que lembra um cilindro. 6) Aquilo que gira formando rolo ou remoinho. 7) Embrulho, pacote, volume, fardo em forma de rolo. 8) Multidão de gente. (Adaptado do Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa)

Rolo – Século XIV, do latim rotulus. (Adaptado do Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa)

Rotulus – Rolo, cilindro. (Adaptado do Dicionário Latino – Português)

Rolo – volume, peso, mundo, montanha, massa [em grandeza]. Enumeração, tabela, diário, repertório, índice, glossário [em lista]. Tortuosidade, recorte, onda, trança, circuito, labirinto, espiral, zigue-zague, caracol, lemniscata, canudo, serpente [em sinuosidade]. Arredondamento, barril, coluna, funil, globo, orbe, astro, bolha, gota, balão, cebola [em esfericidade]. Vagas [em oceano]. Tufão, ventania, rajada, ciclone, torvelinho de vento, turbilhão, golpe de vento, tempestade, grande temporal, tormenta, redemoinho [em vento]. (Adaptado do Dicionário Analógico da Língua Portuguesa)


A poesia e a vida

A poesia atualiza os tempos e harmoniza no presente os vários tons. Ela atualiza, concentra, sintetiza os tempos.
A obra é um traço escrito no tempo.
Esta síntese é a reunião que gera a obra de arte. É a ação do artista, a ação poética, criadora, que dá vida à ideia, que empresta parte da própria vida a uma entidade ideal sem corpo, que desse jeito não teria vida útil para nós. Daí a personificação, que vivifica deuses e objetos inanimados.
O artista cede sua vida e espírito à obra, e assim entre nós a obra vive com tudo o que sua fonte criadora possuiu de bom ou de ruim.


Tecido

Tecido – 1) Que se teceu. 2) Urdido, preparado. 3) Produto artesanal ou industrial que resulta do entrelaçamento regular de fios verticais e horizontais de algodão, seda, lã ou de outra fibra natural ou sintética, e que é usado na confecção de peças de vestuário, de certos artigos domésticos ou decorativos; pano, fazenda, tela. 4) Conjunto de células de origem comum igualmente diferenciadas para o desempenho de certas funções, num organismo vivo. 5) Tecido urbano: a cidade, onde as áreas construídas, os vazios, o sistema viário, e todos os demais elementos são comparados metaforicamente ao entrelaçamento de fios de um tecido; malha urbana. (Adaptado do Dicionário Aurélio de Língua Portuguesa)

Tecido  - Século XVI, deriva do latim texere. Teixer e texer entre os séculos XIII e XIV. (Adaptado do Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa)

Texere – Ver teia.

Tecido - Interseção, secância, corte, enlaçamento, implicação, contexto, xadrez, rede, renda, labirinto, grade, cruz, trançado, encruzilhada [em cruzamento]. Organismo, organização, trança, roca, molde, estrutura, colmeia [em textura]. (Adaptado do Dicionário Analógico da Língua Portuguesa)

Tecelagem – Tecido, fio, tear, fuso, roca são símbolos do destino. Servem para designar tudo o que rege ou que intervém no destino: a lua tece os destinos; a aranha tecendo sua teia é a imagem das forças que tecem nossos destinos. As Moiras são fiandeiras. Tecer é criar novas formas. (Adaptado do Dicionário de Símbolos)
           
Moiras – O destino personificado de cada criatura humana, dotada desde o nascimento de sua própria Moira, palavra que significa quinhão. Inflexíveis como o destino, as Moiras eram a encarnação de uma lei inexorável, à qual os próprios deuses estavam sujeitos. Fixavam desde o nascimento a duração da vida das criaturas humanas e seu curso mediante um fio que uma delas fiava, outra enrolava e a terceira cortava quando chegava a hora prefixada da morte. (Adaptado do Dicionário de Mitologia Grega e Romana)


Visões da escrita

¿  Existem poemas mortos.
¿  Poemas mortos são como a matéria sem ação.
¿  Causamos uma impressão no que se forma através de nós.
¿  A impressão da mente pode ser conservada na escrita.
¿  A influência mental e fisiológica impressa na escrita parece ser indestrutível.


Jardim linguístico

Gostaria apenas de registrar uma ideia de François de Malherbe, para quem a língua do povo deve servir de modelo à língua literária. Ele acredita no método do jardineiro, que tira da terra os mais belos frutos e poda as árvores. A língua é um jardim, não uma selva.

Como saber se uma mudança na língua é ou não uma decadência? O jardineiro sabe indentificar muito bem as ervas daninhas. São aquelas que ele não plantou e que crescem matando rapidamente o que ele cultivou por tanto tempo.


Poemas do público

Eu sou o público

Eu sou o público
as Musas não me inspiram
sou inspirado por Zéfiro

Palavras voam ao sabor do vento
balançam os jornais
presos nas bancas
livres pelo chão

Eu sou o público

faixas penduradas nos fios
cartazes descolados dos muros

Eu sou o público
inspirado por Zéfiro

Das telas, das janelas
das paredes, das escadas
brotam slogans propagando-se
passam velozes carros e vagões

Palavras voam ao sabor do vento
o público sou eu
as Musas não me inspiram
os poetas não me escrevem
sou inspirado por Zéfiro


Ao escritor

Venha, querido escritor.
Venha ver comigo a minha vida.
Comparar a distância que nos distancia.
Mais próximo, mais próximo ainda.
Cantar outras possíveis rimas.
Escrever-me a poesia.


Teia

Teia – 1) Tela. 2) Estrutura, organização. 3) Enredo. 4) Teia de aranha. 5) Aquilo que prende, que enreda, que emaranha, trama. 6) Teia de aranha: tela de fios finíssimos que formam um espécie de rede elástica e que é produzida pelas aranhas a fim de captar os insetos de que necessitam para sua alimentação. 7) Teia de Penélope: trabalho que recomeça indefinidamente (tela, bordado, obra ou tecido de Penélope). 8) Teias de aranha: Crendices ou fantasias que se metem na cabeça de certas pessoas. 9) Cortar a teia da vida: Tirar a vida, matar. (Adaptado do Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa)

Teia – No século XIII, tela e tea. Do latim tela. (Adaptado do Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa)

Tela – Teia, urdir teia, tecer, fio de teia, ofício de tecelão, teia de aranha, trama, tramoia, intriga. De texere: tecer, fazer tecido, fazer a teia (uma aranha), entrançar, entrelaçar, construir sobrepondo ou entrelaçando, arranjar, dispor, ordenar, compor, referir, relatar, contar, narrar. (Adaptado do Dicionário Latino-Português)

TeiaInterseção, secância, corte, enlaçamento, implicação, contexto, xadrez, rede, renda, labirinto, grade, cruz, trançado, encruzilhada [em cruzamento]. Existência, sopro, aura, fio vital, animação, conjunto das funções vitais, luz, fio, a peregrinação neste mundo, livro da vida, nascedouro [em vida]. Esquema, desenho, projeto, arquitetura, investigação, cabala, armadilha, envoltas [em plano]. Campo, domínio, esfera, cenário, teatro, tablado, Coliseu, anfiteatro, sambódromo, circo [em arena]. (Adaptado do Dicionário Analógico da Língua Portuguesa)

Aranha e teia de aranha – Surge como epifania lunar, dedicada à fiação e à tecelagem. Seu fio evoca o das Parcas. A fragilidade do fio da aranha evoca a de uma realidade de aparências ilusórias, enganadoras. Ela pode ser a artesã do tecido do mundo ou a do véu das ilusões que esconde a realidade suprema. A aranha pode representar a criadora cósmica, a divindade superior ou o demiurgo. Atena é mestra e patrona da arte da tecelagem. Aracne foi uma jovem mortal exímia nesta arte que ousou desafiar Atena. A aranha que se eleva ao longo de seu fio é um símbolo de liberdade. O fio da aranha é o meio, o suporte de realização espiritual. Fio – O simbolismo do fio é essencialmente o do agente que liga todos os estados da existência entre si, e ao seu Princípio. Esse simbolismo diz que o fio liga este mundo e o outro mundo e todos os seres. Urdidura e trama são os frutos da faculdade intuitiva e da faculdade discursiva. O enfiamento da agulha é o símbolo da passagem pela porta solar, ou seja, da saída do cosmo. (Adaptado do Dicionário de Símbolos)

Penélope – Era mulher de Ulisses e ficou famosa pela fidelidade ao marido, posta à prova numa espera de vinte anos enquanto ele estava ausente na Guerra de Tróia. Diante do prolongamento da ausência de Ulisses, os jovens de famílias importantes passaram a cortejar Penélope, pressionando-a a decidir-se por um deles. Querendo fugir à decisão, Penélope imaginou um ardil, dizendo aos pretendentes que quando acabasse de tecer a mortalha de Laerte, pai de Ulisses, faria a escolha. Nesse ínterim, ela desfazia à noite o que tecia de dia, e assim o trabalho não avançava. Traída por uma das criadas, que revelou o ardil, Penélope já não tinha argumentos para resistir à pressão dos pretendentes quando Ulisses regressou. Aracne e Atena – Famosa por sua habilidade como fiandeira, desafiou Atena. Irritada com a pretensão da jovem, a deusa transformou-a em aranha, a fiandeira de sua própria teia. Parcas – Divindades dos destinos em Roma, semelhantes às Moiras gregas. Eram três irmãs fiandeiras que determinavam o nascimento, o casamento e a morte das criaturas humanas. Seus nomes eram Nona, Décuma e Morta. (Adaptado do Dicionário de Mitologia Grega e Romana)


O público e o escritor

Triste história tem sido a do escritor e seu público.
Antes da Renascença não havia público. Havia um povo sem instrução. O público começou a se formar na Renascença, com os aristocratas e os burgueses que sabiam ler e escrever. Não eram eruditos, mas eram instruídos.
A formação do público permitiu a formação da profissão de escritor. Escritor profissional é aquele que escreve para o público e que vive disso.
Público e escritor se estabeleceram no século XVIII, época em que se desenvolveram as empresas de livreiros e editores, os periódicos, o jornalismo moderno e as conversações nos cafés.
É durante o Romantismo que o abismo entre poeta e sociedade começou a se abrir. O poeta não se conformou com a sua condição de fornecedor de efusões líricas e de cenários de teatro para as horas de recreio da burguesia. O papel do artista passa a ser o de propiciar ao burguês a sensação de um idealismo vago que não lhe obrigava a nada.
No século XIX, há uma massa enorme de produção literária. Mas o público agora lê para se instruir ou se informar. O encanto vem do rádio e do cinema. O abismo entre escritores superiores e grande público aumenta.
Auerbach considera a história do público e do escritor quase trágica. Entre os séculos XIX e XX, o público vira inimigo do escritor. O público literário não alcança sua autonomia. Torna-se consciente de sua existência política, mas não de sua existência estética. O escritor de gênio passa a não alcançar sua glória em sua época e sente ódio e desprezo pelo público.
No nosso século XXI, como continuará essa história? E se tivéssemos a coragem de saltar no abismo que se abriu entre público e escritor? Alcançaríamos a consciência de nossa existência estética? Público e escritor reencontrariam a poesia? Descobriríamos que não há abismo nenhum, o que há é a nossa economia?


Friburgo: soterrada.

ANO 2012:


Friburgo: soterrada


0.0428 quilômetros de chuva
0.428 segundos repentinos
4:28 da madrugada

42.8 metros de escombros
428 mortos
4.280 desabrigados

42.800 horas de filmagens
428.000 doações
4.280.000 desviados

                   ***

428 corpos desmoronados
428 dias abandonados
428 histórias soterradas


Originado no Espontâneo Região Serrana – O sol da serra.


Região Serrana – O sol da serra

ANO 2011:

DEIXA QUENTE O PEITO FRIO DO DEFUNTO
FAZ MAIS RUBRO O RUBRO DO BARRO
O ENCARNADO DA CARNE
DOS OSSOS SANGUÍNEOS NO CHÃO

Tornou-se o poema Friburgo: Soterrada em Exercícios.


1984

Enquanto lia 1984, várias pessoas vieram falar comigo sobre o livro. Eu me surpreendi com a popularidade de George Orwell. Todos queriam dar a sua opinião sobre o livro, contar a sua leitura, fazer uma associação com a realidade, recomendar outras leituras (Admirável mundo novo principalmente). Todos me perguntaram por que eu estava lendo 1984. E eu respondi que era porque eu gostava de literatura. Notei que alguns esperavam uma resposta mais política.

O que primeiro me chamou atenção foi que o livro não tinha uma narrativa no início. E como poderia haver uma história em um livro sobre uma época em que as pessoas viviam sem passado, sem memória, sem registros, provas ou consciência? Nem futuro havia, havia apenas uma repetição do mesmo. E a leitura segue por páginas e mais páginas de descrição.

Dentre as descrições, o que me chamou atenção foi a descrição da Novilíngua, uma língua inventada a partir da diminuição do vocabulário. A Novilíngua simplificava a linguagem ao mínimo necessário, desprezava os sinônimos para que cada coisa só pudesse ser dita de uma única maneira por qualquer pessoa. A Novilíngua, em vez de ampliar o pensamento, reduzia-o. Seria uma língua contrária à poesia.

Orwell cria novas palavras para poder expressar o pensamento de 1984. Vejamos algumas. Crimedeter é a faculdade de paralisar por instinto, no limiar, qualquer pensamento perigoso. Inclui o poder de não perceber analogias, de não conseguir observar erros de lógica e de se aborrecer por qualquer pensamento que possa tomar rumo herético. Negrobranco é a capacidade de afirmar que o negro é branco quando exigido, acreditar que o preto é branco, saber que o preto é branco, acreditar que jamais se imaginou o contrário. Duplipensar é a capacidade de guardar simultaneamente na cabeça duas crenças contraditórias, e aceitá-las ambas.

Tamanha contradição de pensamento permite a aceitação de afirmativas como guerra é paz, liberdade é escravidão e ignorância é força, e impede a afirmação de que dois e dois são quatro. E me faz pensar sobre a esterilidade e o caos que há no pensamento contraditório de um vocabulário reduzido e o poder de criação que há na antítese e no paradoxo poético.

Janeiro é mês de Big Brother Brasil. A vigilância constante é outro aspecto interessante do livro e se traduziu bem em um programa televisivo. O grande irmão realmente zela por nós.


Breve história da arte

De acordo com Fritz Baumgart, autor de Breve história da arte, no século XX, o feio passa a ser conscientemente utilizado como recurso de expressão. Tem-se a impressão de que as coisas são produzidas apenas para que se escreva sobre elas. A consequência lógica disso é que os “artistas” não produzem mais. Eles apenas anotam suas ideias e as põem à venda.

Como pode alguém ser artista sem produzir? Quem é o comprador de anotações? Por que ele se contenta com as anotações? Que artista é esse que faz tão mau uso da escrita? Que a reduz a sua origem comercial, esquecendo-se de seu aspecto literário, artístico?

O que quer o artista que se dedica ao feio? Entendo que alguns artistas recorreram ao feio para mostrar a própria ausência de beleza do mundo que estávamos construindo, ou melhor, destruindo com a sistematização das guerras. Mas essa mensagem não provocou uma ação que justificasse a insistência no feio. A celebração do feio hoje só comprova o quanto estamos cegos. Penso que o artista não é aquele que espelha o que todos veem, mas o que vê o que os outros ainda não viram.

Na visão de Baumgart, a arte é necessária para o sentimento, âmbito da vida que não pode ser preenchido pelos meios de comunicação ou pela técnica. E não é a sociedade que precisa da arte, mas cada indivíduo isolado. O artista deveria colocar à disposição do sujeito questionador uma riqueza de interpretações e organizações. A arte é a configuração do desordenado. Quanto mais nossos sentimentos forem pressionados por uma única forma de organização, mais precisaremos dessa liberdade de interpretações e organizações chamada arte, mais precisaremos das Belas-Artes.


A linguagem nebulosa e a má literatura

A linguagem é o principal meio de comunicação humana. Se o sistema nervoso de um animal não transmite sensações e estímulos, o animal se atrofia.

 Se a literatura de uma nação entra em declínio a nação se atrofia e decai.

O legislador não pode legislar para o bem público, o comandante não pode comandar, o povo (se se tratar de um país democrático) não pode instruir os seus “representantes” a não ser através da linguagem.

A linguagem nebulosa dos trapaceiros serve apenas a objetivos temporários.

¿ !

Um povo que cresce habituado à má literatura é um povo que está em vias de perder o pulso de seu país e o de si próprio.

E essa frouxidão e esse relaxamento não são nem tão simples nem tão escandalosos como a sintaxe brusca e desordenada.

Isso diz respeito à relação entre a expressão e o significado. A sintaxe brusca e desordenada pode às vezes ser muito honesta e, de outro lado, uma sentença elaboradamente construída pode ser às vezes apenas uma camuflagem elaborada.

            Em ABC da literatura, de Ezra Pound.


Ideação de um blogue poético

Um modelo teórico que pode nos ajudar na tentativa de criar um blogue poético é a obra aberta.
A obra aberta é uma teoria antiga. Em qualquer época a encontramos, pois a mensagem artística tem por característica a ambiguidade. Já tratamos na postagem Uma história da leitura do fato de um texto só poder ser lido porque ele é incompleto e, portanto, sempre aberto a novas leituras.
O que pode haver de diferente na ideia de obra aberta é a aplicação de seu conceito considerando as novas tecnologias. Nesse caso, podemos considerar a construção do blogue como uma obra aberta que utiliza a tecnologia do computador, da internet e da escrita em hipertexto, através da qual podemos ligar os fragmentos escritos por nós mesmos com outros blogues e páginas da internet, por exemplo. Nosso mosaico tem uma ideia inicial, mas não tem uma ideia final.
A ideia de obra aberta interfere na relação autor-expectador. O expectador do blogue pode encontrá-lo, visitá-lo, acompanhá-lo, comentá-lo, segui-lo, ou seja, pode tomar parte de sua projeção, de sua construção.
A probabilidade e a flexibilidade são duas características das obras abertas. A obra conta com o apoio de novos métodos informacionais e não ambiciona o ideal de uma poética perfeita. Ela pode mudar o tempo todo. O mosaico não é apenas a forma do nosso blogue. É o seu processo.
Encontramos algumas ideias sobre obra aberta no livro Teoria da comunicação literária, de Eduardo Portella. Não nos interessa aqui o aprofundamento nos conceitos teóricos. O que nos interessa mesmo é a criação do blogue.


Postagem

Postpostar, colocar, correio, pôr no correio. (Adaptado do Pequeno Dicionário Michaelis)

Postagem – 1) Ato ou efeito de postar. Postar – 1) Pôr carta, postal na caixa do correio. (Adaptado do Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa)

Posta – Correio; cocheira, numa estrada, na qual se efetuava a muda dos cavalos. Século XVI. Do italiano posta. (Adaptado do Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa)

Post – Rede social virtual, fórum de discussão, e-mail, Mercúrio, Íris, Ariel [em mensageiro]. Correio eletrônico, mensagem, anexo [em correspondência]. Posta – Cesta, vaso, jarra [em receptáculo]. Postar – Colocar, situar, locar, hospedar, abrigar [em localização]. Informar, dizer, comunicar, participar, confiar, expor, apresentar, transmitir, exprimir, resenhar, divulgar, significar, dar a entender, desabafar-se, apontar, escrever, detalhar, especificar, soprar, lembrar, mostrar, ressoar [em informação]. (Adaptado do Dicionário Analógico da Língua Portuguesa)

Mercúrio – Protegia especialmente os viajantes e os comerciantes. Mensageiro de Júpiter, serviu-lhe de alcoviteiro em suas aventuras amorosas. Usava sandálias aladas, chapéu de abas largas e o caduceu, além de uma bolsa para guardar dinheiro. Era pai dos deuses das encruzilhadas. (Adaptado do Dicionário de Mitologia Grega e Romana)


Blogue

Blogue – de blog, abreviação de web log. 1) Na Web, serviço que permite ao internauta criar e manter uma página em que as informações são apresentadas em ordem cronológica reversa (as mais recentes aparecem primeiro), tendo cada publicação sua data e hora de inserção, e também um espaço onde outros internautas podem incluir comentários associados. Inicialmente foi usado como diário, mas, com a popularização, tornou-se também um meio para publicação de notícias, divulgação de ideias. 2) A página por esse serviço mantida. (Adaptado do Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa)

WebTecido, teia, trama, rolo de papel de imprensa. LogDiário de bordo. (Adaptado do Oxford Advanced Learner´s Dictionary e do Pequeno Dicionário Michaelis)

Blog – Comunicação, jornal, revista, cinema, computador, internet, site, celular [em informação]. Correio eletrônico, torpedo, mensagem, rede social [em correspondência]. (Adaptado do Dicionário Analógico da Língua Portuguesa)


Uma história da leitura

Em Uma história da leitura, Alberto Manguel trata de algumas ideias com as quais me identifico ao escrever o fragmento Livros. Escreverei sobre algumas dessas ideias.

Para Emerson temos livros demais para ler. Por isso, os leitores devem compartilhar suas descobertas contando uns aos outros o ponto essencial de seus estudos.

Gosto da leitura humanista, em que a leitura é responsabilidade de cada leitor individual. Essa liberdade traz o ato de ler para o mundo e a experiência íntima de cada leitor, que pode afirmar sobre cada texto sua autoridade individual.

É possível tornar o livro parte de nós mesmos. É o livro da memória.

De Kafka cito a seguinte frase: “Lemos para fazer perguntas”. Ler é uma atividade que nunca se completa. Um texto só pode ser lido porque é inacabado. Cada visão de mundo implica em um modo de ler e de escrever.

Lendo Uma história da leitura compreendi por que às vezes tenho a impressão de que as pessoas que convivem comigo não gostam quando eu leio. O leitor é visto como preguiçoso, débil, pretensioso, pedante ou elitista. O mundo se ressente do leitor em seu isolamento. E o leitor contribui para isso quando se julga superior ao mundo. E o mundo passa por ele dando risada.

Manguel termina seu livro com breves palavras sobre o hipertexto, espaço narrativo não sequencial possibilitado pelos computadores. E esta postagem fica incompleta e espera que algum link seja feito dela ou para ela.


A causa, o efeito e o absurdo – uma relação linguística

De acordo com Auerbach, o latim clássico tinha um sistema muito rico de meios de subordinação, sendo capaz de classificar um grande número de feitos e de estabelecer relações recíprocas em uma só unidade sintática. Frases longas e claras compunham o período.

O latim vulgar não tinha necessidade de classificar e de ordenar fatos. As relações entre fatos, principalmente as de causa e efeito, não mais foram expressas com a precisão clássica. Preferiu-se a coordenação.

O reemprego da subordinação só se tornou possível quando as línguas românicas se tornaram pouco a pouco literárias. Os primeiros períodos que dominam um conjunto de fatos são encontrados por volta de 1300, especialmente nas obras do poeta Dante.

Atualmente também temos preferido a coordenação. Basta prestar atenção nos textos cotidianos – nos jornais, nas propagandas, nas novelas, nos filmes, nos livros didáticos, nos blogues... E também temos tido dificuldades para estabelecer relações entre os fatos. Especialmente as de causa e efeito. Prova disso é o uso exagerado que fazemos da expressão “É um absurdo!”. Quando vemos o noticiário e achamos tudo um absurdo (a violência, a impunidade, a corrupção, a inflação), estamos perdendo nossa capacidade linguística de relacionar as causas aos efeitos.


A lógica da linguagem

“Para entendermos a lógica da linguagem, devemos deixar de lado nossos próprios métodos de estudar a linguagem sob o modo reflexivo. A lógica da linguagem constrói-se por um tipo de conhecimento que a mente científica moderna não considera sequer uma possibilidade remota. Os antigos sabiam que as palavras são menos incompreendidas, traídas e esquecidas quando não são plenamente compreendidas desde o início. Eles davam a cada palavra tempo bastante para que fosse ouvida e entendida. Presumiam que o falante e o ouvinte da alta linguagem compreenderiam de maneira lenta e gradual o que tinha sido dito. Os votos de matrimônio — precisava-se de uma vida inteira para saber o que significavam. A linguagem precisa de tempo para repletar-se de significado. Ninguém esperava que um hino, um juramento ou um feitiço fosse mais que promessa de compreensão mútua. Os nomes não são generalizações, como pensam nossos filósofos. [...] Os nomes eram para o adolescente iniciado promessas de vagarosa ascensão ao entendimento. Eram rodeados de mistério, e não porque não fossem verdadeiros, mas porque deviam tornar-se verdadeiros.”

            Em A origem da linguagem, de Eugen Rosenstock-Huessy.


Einstein: O enigma do universo

O que pode aproximar ciência e arte?

“A coisa mais bela que o homem pode experimentar é o mistério. Esta emoção está na raiz de toda ciência e arte. O homem que hoje desconhece esse encanto, incapaz de sentir admiração e estupefação, esse já está, por assim dizer, morto, e tem os olhos extintos”. Rohden cita estas palavras de Einstein. Para Einstein o mistério da vida tem o poder de causar a mais forte emoção. Esse sentimento suscita beleza e verdade, cria arte e ciência.

Em sua forma de ver o mundo, Einstein mostrou como é impossível separar o criador da criatura, o inventor da invenção, o descobridor da descoberta. Isso porque a vida é o elo que os une. “Às poucas ideias que descobri consagrei minha vida, uma vida inteira de esforço ininterrupto. Fazer, criar, inventar exigem uma unidade de concepção, de direção e de responsabilidade”.

Para um blogue que tenta reunir fragmentos como Estudo, Palavras, Linguagem, Poético, é interessante refletir sobre o que Einstein tem a dizer sobre o pensamento. De acordo com o cientista, a passagem da livre associação (ou sonhar) para o pensar se caracteriza pelo papel mais ou menos dominante do conceito, que não precisa estar preso a um signo, a uma palavra. Mas quando isso ocorre, o pensamento se torna por esse meio comunicável. Para Einstein o pensamento operava em grande parte sem recurso às palavras, e era em grau considerável inconsciente.

O que pode aproximar ciência e arte? O pensamento sobre o mistério da vida.


Universo

Universo – 1) O conjunto de tudo quanto existe tomado como um todo, o cosmo, o macrocosmo. 2) Mundo. 3) O âmbito em que algo existe ou ocorre, o ambiente preferido. 4) Aquilo que se compõe de partes harmonicamente encadeadas, um todo. (Adaptado do Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa)

Universo – Século XVI. Do latim universum. Formado a partir do elemento de composição uni-, que traz a ideia de único. (Adaptado do Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa)

Universum – Todo inteiro, toda a Terra, o mundo inteiro, o universo, todos juntamente, todos reunidos. (Adaptado do Dicionário Latino-Português)

Universo – O complexo, o conjunto das coisas criadas, mundo sublunar, esfera, infinito. Ser, pessoa, algo, existência, essência, corporificação, materialidade, concretude [em substancialidade]. Grandeza, vastidão, imensidade, amplitude, ambiente [em espaço]. (Adaptado do Dicionário Analógico da Língua Portuguesa)


Ensaio sobre a cegueira

Li o livro e vi o filme, que poderia ser chamado de Narrativa sobre a cegueira. A história estava toda lá – enredo, personagens, diálogos, cenas fortes. Mas as análises e as interpretações da cegueira estão no livro, no ensaio.

São vários os cegos: os que lutam, os que amam; os cegos do olfato, os cegos do entendimento; os cegos pela fumaça de um incêndio, os cegos pelo medo. No livro há várias causas para a cegueira. Algumas escritas, outras lidas. A que eu prefiro é a que estamos cegos da cegueira dos outros e os outros estão cegos da nossa cegueira.

E o que se perde com a cegueira? Os olhos, por onde se vê a alma; as artes plásticas. E o que se ganha? A verdade que só pode haver em um mundo de cegos; a beleza de quem só pode ver em sonho.

A beleza e a cegueira. Lembrei-me de Saramago vendo Os Miseráveis na Band quando uma jovem bonita fica horrorizada com a aparência de dois presos. Ela comenta com Jean Valjean que os criminosos são feios, ao que ele comenta que devem ser bonitos aos olhos de Deus. A bela jovem diz: “Só se Deus for cego”. E Jean Valjean: “Basta que Ele seja bom”.

Nada mais necessário em um mundo de imagens, atitudes, aparências, corpos e significantes do que um ensaio literário sobre a cegueira. Transcrevo um pensamento que só a palavra pode expressar, um diálogo: “Quer dizer que temos palavras a mais, Quero dizer que temos sentimentos a menos, Ou temo-los, mas deixamos de usar as palavras que os expressam, E portanto perdemo-los”.

Pode alguém ver este blogue? Pode alguém ver este mosaico e seus fragmentos? Alguém que não cegou, que está cego, cego que vê, cego que, vendo, não vê? Pode este alguém ver este blogue?


Criar

Criar – 1) Dar existência a, gerar. 2) Dar origem a, formar. 3) Produzir. 4) Dar princípio a, inventar, imaginar. 5) Estabelecer, fundar, instituir. 6) Alimentar, sustentar. 7) Cultivar, entregar-se à cultura de. 8) Causar. 9) Tornar, fazer. 10) Nascer. 11) Crescer, desenvolver-se. (Adaptado do Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa)

Criar – Século XIII. Do latim creare. (Adaptado do Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa)

Creare – Gerar, produzir, procriar, dar à luz, parir, nomear, escolher, eleger, causar, ocasionar. (Adaptado do Dicionário Latino-Português)

Criar – Ocasionar, envolver, significar, acender, provocar, inspirar, semear, contribuir, motivar, despertar, evocar, proporcionar, oferecer [em causa]. Aparecer, realizar, operar, construir, forjar, esculpir, compor, organizar [em produção]. Postar, pôr, fixar, lançar raízes [em localização]. Imaginar, fantasiar, visionar, visualizar, arquitetar, conceber, formar no espírito, idear, idealizar, sonhar, figurar, fabular, poetizar, revolver no pensamento, nascer do cérebro [em imaginação]. Preservar, governar, eleger, chamar [em divindade]. (Adaptado do Dicionário Analógico da Língua Portuguesa)

Criação – Simboliza o fim do caos, pelo advento, no universo, de uma certa forma, de uma ordem, de uma hierarquia. A criação é a instalação de uma ordem nova, de novas relações entre termos diferentes, por uma energia. O ato criador é extratemporal. No seu sentido lato, o ato de criação é a energia, que organiza os primeiros dados. A criação é o efeito dessa energia. Depois do ato criador, duas forças são geralmente percebidas como distintas: uma, imanente na matéria, que é a própria matéria, participando da energia criadora e tendendo espontaneamente a formas sempre diferenciadas; a outra, transcendente, a energia criadora que continua sua obra e sustenta essa obra na existência – pois o mundo foi percebido como uma criação contínua. (Adaptado do Dicionário de Símbolos)

Criar para eles:

¿! I. K. Taimni: Projeção interior para o exterior seguida de retirada do exterior para o interior.




Conceitos fundamentais da poética 2

Recordação, presença, projeção. Expressão sensorial, figuração, pensamento conceitual. Infância, juventude, maturidade. Sílaba, palavra, frase. Lírico, épico, dramático.

Para Emil Staiger a questão da essência dos gêneros conduz à questão da essência do homem. Como a essência aparece nos domínios da criação poética?

A essência do homem se forma e surge na ideia que ele faz de si mesmo, no desdobramento de sua autoconsciência. Em cada visão de mundo de um poeta realiza-se parte daquilo que o homem pode ser em absoluto.

Que ideia estamos fazendo de nós mesmos? Que partes de nosso ser estamos realizando – a lírica, a épica ou a dramática? A patética ou a problemática? A trágica ou a cômica? Somos um eu-lírico, um homem épico ou um herói trágico? Fazemos uma ideia poética de nós mesmos? Podemos ser poetas de nós mesmos? O que é poesia? É a linguagem que nos conduz à nossa essência dando-nos uma visão do que podemos vir a ser?

Começa em Conceitos fundamentais da poética.


Conceitos fundamentais da poética

Perguntando-me sobre o que é poesia e qual o seu verdadeiro princípio, acabei por me aproximar da questão dos gêneros literários através das anotações que fiz da leitura de Emil Staiger.

No estilo lírico predomina a recordação. O poeta recorda a natureza ou a natureza o recorda. É a arte da solidão. O eu-lírico dá uniformidade ao poema. A participação na poesia lírica requer amor e simpatia. O fenômeno lírico se aproxima do místico, do êxtase. Diluímo-nos no que sentimos. A pessoa é destruída, dissolve-se no outro. A ação é interna.

No estilo épico predomina a apresentação. A ação do homem épico é a de registrar. Já não se trata de recordação. Trata-se de memória. A ação desenvolve-se progressivamente. Há uma ânsia de avançar. A poesia épica desperta o interesse.

No estilo dramático predomina a tensão do pathos ou do problema. A ação do pathos supõe uma resistência – um choque bruto ou uma apatia. O homem é movido por paixões. O herói patético não é caracterizado psicologicamente. O pathos domina-o. Já a ação do problema é a de perguntar. Sua existência é futura.

O problema pode levar ao trágico quando uma causa final e única cessa de existir. O trágico é o fracasso. Na crise trágica, há uma contradição entre livre-arbítrio e destino. Mas nem toda desgraça é trágica. O trágico não frustra um desejo ou uma esperança. Ele destrói a lógica do contexto, do mundo todo. O herói trágico não compreende mais o mundo. Como poderá ele agir?

A saída do desespero trágico é o cômico, a distensão.

Qualquer obra autêntica participa em diferentes graus e modos dos três gêneros literários.

Continua em Conceitos fundamentais da poética 2.


Questão

Questão – 1) Pergunta, interrogação. 2) Tese, assunto, tema em geral, sujeito a meditação, estudo. 3) Ponto para ser resolvido, problema. (Adaptado do Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa)

Questão – Século XIV. Questom e questam. Do latim quaestionis. (Adaptado do Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa)

QuaestionisBusca, procura; questão, problema; parábola; pergunta. De quaerere: aspirar a, desejar, querer, sentir a falta de, ter saudades de, indagar, alcançar, obter, informar-se, perguntar, interrogar. (Adaptado do Dicionário Latino-Português)

Questão – alimento, pão do espírito, pasto, matéria, texto, conteúdo, teor, termo, alvo, , ação, sentido, proposição [em tópico]. Escavação, exame, revisão, observação, exploração, sonda, peneiração, experiência [em investigação]. Comentário, reflexão, compreensão, percepção, argumentação, coerência, razão [em raciocínio]. Antagonismo, discordância, cofronto, conflito, colisão, atrito, perturbação, fragmentação, debate, discussão [em discórdia]. Oposição, grandes feitos, encontro, reencontro [em contenda]. (Adaptado do Dicionário Analógico da Língua Portuguesa)


Exercício

Exercício – 1) Ato de exercer, prática, uso, exercitação. 2) Desempenho de função ou profissão; atividade. 3) Na área militar, manobra, evolução, treinamento. (Adaptado do Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa)

Exercício – Deriva de exercer: preencher os deveres, as funções ou obrigações inerentes a um cargo. Século XV. Do latim exercitio, de exercere. (Adaptado do Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa)

Exercitio – De exercere: perseguir, não dar folga ou repouso; trabalhar; obrar, elaborar constantemente, cultivar, tratar de, fazer valer; exercitar, estimular; exercer, praticar, fazer, continuar, guardar, conservar, dar prova de, usar de; exercitar-se. (Adaptado do Dicionário Latino-Português)

Exercício – Operação, ação, eficiência, virtude, força, empreendimento, esforço, ofício, serviço, manutenção [em agência]. Tarefa, pesquisa, dever [em ensino]. Ocupação, que fazer, posto, missão, projeto, papel, arte, vocação, rumo de vida, modo de vida, ambição [em trabalho]. Preparativo, exercitação, disposições preliminares, precaução, acautelamento, ensaio, arrumação, adaptação, afinação, enxoval, simulação, teste, amadurecimento, evolução, gestação, incubação, alicerce, primeira pedra, degrau, aprendizado [em preparação].  Emprego, manejo, praxe, rotina, empirismo, dedicação, consagração [em uso]. Execução, efetuação, realização, laboração, mudança, processos, iniciativa, movimentação [em ação]. Dinamismo, animação, vida, espírito, energia, zelo, ardor, fogo, entusiasmo, arrebatamento, envolvimento, empenho, carinho, cuidado, constância, perseverança, canseira, fadiga, vigilância, ímpeto, disposição [em atividade]. Sacrifício, persistência [em esforço]. (Adaptado do Dicionário Analógico da Língua Portuguesa)