Ver


Ver – 1) Conhecer ou perceber pela visão, contemplar. 2) Enxergar, distinguir. 3) Observar, notar, perceber, sentir. 4) Deduzir, concluir. 5) Imaginar, fantasiar. 6) Reparar em. 7) Examinar, investigar. 8) Estudar, ler. 9) Conhecer, saber. 10) Ponderar, considerar, julgar. 11) Ter elementos para perceber ou chegar à conclusão de (algo). 12) Fazer experiência ou tentativa no sentido de obter (certo resultado). (Adaptado do Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa)

Ver – Olhar para. Século XIII. Do latim videre. (Adaptado do Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa)

Videre – Avistar, descobrir; empregar a vista, servir-se dos olhos; estar voltado para; ouvir, perceber (por um sentido qualquer), reconhecer, certificar-se; ter em vista, desejar; ver (pelo pensamento); prever; ver claramente; ser inteligente, perspicaz, compreender; ver (em sonho); examinar, perscrutar, ocupar-se com, cuidar de, decidir, consultar; presenciar, ser testemunha, experimentar, sofrer. (Adaptado do Dicionário Latino-Português)

Ver – Mirar, entressonhar, divisar, descortinar, assistir, encarar, espreitar, admirar, medir com a vista, cravar os olhos em, circunvagar o olhar, alongar a vista, seguir com os olhos, velar (ter cuidado), descegar [em visão]. Crer, admitir, tomar como verdadeiro, presumir, pensar [em crença]. Predispor-se, dedicar-se, corresponder, destinar-se [em boa vontade]. (Adaptado do Dicionário Analógico da Língua Portuguesa).

Olhar – O olhar é carregado de todas as paixões da alma e dotado de um poder mágico, que lhe confere uma terrível eficácia. O olhar é o instrumento das ordens interiores: ele mata, fascina, fulmina, seduz, assim como exprime. As metamorfoses do olhar não revelam somente quem olha; revelam também quem é olhado. O olhar aparece como o símbolo e instrumento de uma revelação. Mais ainda, é um reator e um revelador recíproco de quem olha e de quem é olhado. O olhar de alguém é um espelho que reflete duas almas. O olhar é mutante e brilhante como o mar, reflexo ao mesmo tempo das profundezas submarinas e do céu. Olho – Órgão de percepção visual, é o símbolo da percepção intelectual. Sua função é receber a luz. (Adaptado do Dicionário de Símbolos)


Escutar e falar


O POETA ANTES DE TUDO ESCUTA. E ESCUTA A SI MESMO.
DEPOIS ESTÁ APTO A DIZER, FALAR E ESCREVER.


Ler


Ler – 1) Percorrer com a vista (o que está escrito) proferindo ou não as palavras, mas conhecendo-as. 2) Pronunciar em voz alta, recitar (o que está escrito). 3) Ver e estudar (coisa escrita). 4) Perceber (sinais, signos, mensagens) com a vista ou com o tato, compreendendo-lhes o significado. 5) Observar, percebendo, intuindo ou deduzindo a significação, decifrar ou interpretar o sentido de. 6) Adivinhar. (Adaptado do Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa)

Ler – Século XIII. Do latim legere. (Adaptado do Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa)

Legere – Ajuntar, reunir, recolher, colher, dobrar, enovelar, enrolar; escolher, eleger; tomar, furtar, roubar; espiar, espreitar, surpreender; seguir, percorrer, ver sucessivamente, revistar; tocar de leve, deslizar, navegar junto à costa; ler para si, ler em voz alta, fazer leituras de, explicar. (Adaptado do Dicionário Latino – Português)

LerTrasladar, passar, verter para, comunicar o sentido de, apreciar uma coisa na sua aplicação e inteligência, apegar-se à letra de um texto, descobrir, destrinchar, soletrar, desembrulhar, esclarecer, solver, destecer, deslindar a meada [em interpretação]. Fixar na memória, dedicar-se ao estudo de, beber conhecimentos, repassar, folhear, silabar, deletrear, estar em contato com os livros, versar [em estudo]. (Adaptado do Dicionário Analógico da Língua Portuguesa)


O ato e o ator


Surge mais poesia quando mais se esconde o artista?
Quando o poema toma tanta extensão diante de nossos olhos que não vemos mais o poeta? É mais vista a arte quando a ação nubla o papel do ator? Quando a pintura é mais importante que o pintor? A música salta mais que o músico?
É assim que a mensagem é o próprio mensageiro? Ou o mensageiro a própria mensagem? Para os antigos, é quando Mercúrio sucumbe à luminosidade do Sol?


Tessela


Tessela – 1) Pedra quadrada com que se lajeiam compartimentos de edifícios. 2) Cubo ou peça de mosaico. (Adaptado do Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa)

Tessela – Em 1899, tessella. Do francês tessèle, derivado do latim tessela, diminutivo de tessera. (Adaptado do Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa)

Tessela ou TesserulaPequena peça quadrada para obra de embutidos ou de mosaico. (Adaptado do Dicionário Latino-Português)

TesselaVéu, escudo, telhado, colcha, papel, capa, pele, pálpebra, crosta, casca, córtex, cápsula, casulo, concha, envelope, emboço, demão, azulejo, escama (camada), incrustação, superposição, tapete, pomada [em cobertura]. (Adaptado do Dicionário Analógico da Língua Portuguesa)

Quadrado – É o símbolo da terra por oposição ao céu, mas é também, num outro nível, o símbolo do universo criado, terra e céu, por oposição ao incriado e ao criador; é a antítese do transcendente. É uma figura antidinâmica, simboliza a interrupção, a parada, ou o instante antecipadamente retido. Implica uma ideia de estagnação, de solidificação; e até mesmo de estabilização na perfeição. (Adaptado do Dicionário de Símbolos)


Canção dos filhos do crack


Canção dos filhos do crack

A conta bancária que o crack quebrou,
Que o crack quebrou, que o crack quebrou...

Um carro do ano que o crack quebrou,
Que o crack quebrou, que o crack quebrou...

Um abraço de vidro que o crack quebrou,
Que o crack quebrou, que o crack quebrou...

Um olhar instantâneo que o crack quebrou,
Que o crack quebrou, que o crack quebrou...

Lembranças do filho que o crack quebrou,

Amor de titânio que o crack quebrou,
Que o crack quebrou, que o crack quebrou...

Que o crack quebrou, e o crack quebrou...
Que o crack quebrou, e o crack quebrou...

                           próximo


Visão de mito


¿  Os mitos eram verdades na medida em que eram antes entendidos.


Laços de linguagem


A linguagem é um vínculo que une os diferentes e permite comunicação.

A linguagem humana tem sua raiz em faíscas instintivas, em lampejos que interligam diretamente sensações e intuições. Daí os símbolos reunirem várias coisas em uma coisa só.

É sobre essas unidades, sobre essas certezas compartilhadas, que vão se formando noções, conhecimentos e conceitos racionais. E podemos até senti-los todos, quando mais íntimos de nossas sistemáticas reflexões.

A consciência possui um processo mais lento. O sentimento possui um processo mais lento. Então, por que usar a linguagem e escrever para despertar ou acender a brasa dos sentimentos humanos? Por que não acender os instintos ou as intuições? Com que motivação ou a serviço de quê se faz isso?

Entre sensações e intuições respiramos. Entre imagens e símbolos transitamos. Entre metáforas e outras figuras culturais fixamos os seres humanos em torno da mesma moeda, enlaçamos os homens lado a lado para manter a própria cultura e para manter a estrada que nos impele a caminhar, mesmo não sabendo para onde.


Poemas


NÃO TORNAR TUDO MAIS INFORMAL, NÃO BANALIZAR OS RITUAIS; MAS AO CONTRÁRIO, RITUALIZAR O COTIDIANO.


O mito e o mistério


O mito e o mistério são duas faces da mesma linguagem. É linguagem humana. E linguagem da Natureza. Homem e Cosmos são duas faces da mesma linguagem.

Os mitos revelam questões que se expressam na forma de mistérios. E os mistérios impelem nosso espírito adiante. Instintivamente rumamos adiante. Seguimos inconscientemente essa linguagem.

É uma vida barroca, uma vida de claro-escuro, dia e noite, de altos e baixos, de apogeus e quedas. Uma vida constantemente eclipsada, quando esses extremos se encontram. E assusta.

Uma alternância entre mistérios e mitos. Os primeiros escondem e atraem para serem desvendados. Os segundos revelam, e ao revelar, revelam também outros esconderijos. E esconderijos nos atraem sempre.

Assim a Natureza nos ensina: esconde, mostra, esconde, mostra... Assim ela nos seduz e suas curvas nos encantam, mas também suas retas mostram força e rigidez no que afirmam. A Natureza nos encanta e se afirma inexoravelmente.

Como Rosenstock diz: “Os poemas flutuam em todos os nichos do pensamento, porque neles as questões são levantadas mas não solucionadas”.

Mesmo que todas as nossas questões fossem solucionadas, e novos universos pudessem ser criados, a Natureza nos traria novas e novíssimas questões através de sua linguagem de tésseras e mosaicos.


Absurdemos a vida de leste a oeste


T
ornarmo-nos esfinges, ainda que falsas, até chegarmos ao ponto de já não sabermos quem somos. Porque, de resto, nós o que somos é esfinges falsas e não sabemos o que somos realmente. O único modo de estarmos de acordo com a vida é estarmos em desacordo com nós próprios. O absurdo é o divino.

Estabelecer teorias, pensando-as paciente e honestamente, só para depois agirmos contra elas – agirmos e justificar as nossas ações com teorias que as condenam. Talhar um caminho na vida, e em seguida agir contrariamente a seguir por esse caminho. Ter todos os gestos e todas as atitudes de qualquer coisa que nem somos, nem pretendemos ser, nem pretendemos ser tomados como sendo.

Comprar livros para não os ler; ir a concertos nem para ouvir a música nem para ver quem lá está; dar longos passeios por estar farto de andar e ir passar dias no campo só porque o campo nos aborrece.

                                                           L. do D., composto por Bernardo Soares

Não há homem saudável num mundo doente


A publicidade por vezes cria. Em geral, a publicidade é uma tradução.
A publicidade traduz, e leva um desejo a uma forma, um consenso a um desejo, uma forma a um consenso. E nessa constante tradução nos leva de uma parte a outra de nós mesmos, através de várias camadas que desconhecemos. Essa tradução nos leva indiferente ao fato de querermos embarcar ou não.
Como um conceito tão sadio pode vender um sistema de saúde tão doente? A parte não pode viver fora do todo. Mas esse pensamento pode chegar a ser diabólico, como em Fausto: "Eu sou a parte da parte que já foi todo".
Aqui a doença faz parte. O diabo faz parte. Os absurdos fazem parte de tudo isso. O crime é um absurdo, a corrupção é um absurdo, Demósthenes é um absurdo, o tráfico de drogas é um absurdo, acidentes de trânsito são absurdos, legislar a bicicleta elétrica é um absurdo... O que não é um absurdo hoje em dia?
A publicidade por vezes cria. Em geral, a publicidade é tradução. Entre desejos, consensos e formas, não há homem capaz num mundo absurdo. E quando a mente contraria o corpo e quando o corpo contraria a mente é que a inteligência se cala.


Téssera


Téssera – 1) Designação comum aos objetos que serviam de senha, entre os primitivos cristãos. 2) Cubo ou dado marcado nas seis faces. 3) Tabuleta quadrada na qual os chefes militares traçavam suas ordens, para um subalterno, o tesserário, transmiti-las à tropa. (Adaptado do Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa)

Téssera – 1813, do latim tessera, derivado do grego (dialeto iônico) tésseres (no dialeto ático, téssares). (Adaptado do Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa)

Tessera – Figura cúbica, cubo. Peça quadrada para obra de embutidos ou de mosaico. Dado para jogar. Tabuinha de escrever. Senha, santo (que não pode ser violado). Distintivo de honra (dado a um gladiador depois de uma vitória). Senha ou vale (ordinariamente de metal) distribuída, com a qual o possuidor ia receber pão, dinheiro ou outro qualquer valor indicado. (Adaptado do Dicionário Latino-Português)

Téssera – Representação, denotação, símbolo, referência, ícone, linguagem, metáfora, talhe, sinal, varinha adivinhatória, meios de reconhecimento, diagnose, indício, pista, evidência, lembrança, vestígio, sintoma, presságio, tipo, modelo, emblema, título, lema, iniciais, gesto, lema, tique, aceno, olhar, alusão, vaga insinuação, meia-palavra, advertência, torre de observação, fogueira, marca, contraprova, contrassenha, duplicata, santo e senha, pegada, rasto, linha d’água, assinatura, credenciais, impressões digitais, selo, carimbo, escrita, autógrafo, visto, logotipo, signo, timbre, passa-palavra, abre-te sésamo, bandeira, águia, roseta, laço de fita, véu, medalha, farol, cruz, bússola, tabuleta [em indicação]. (Adaptado do Dicionário Analógico da Língua Portuguesa)

CuboQuadrado do quadrado, ele tem, na ordem dos volumes, a mesma significação que o quadrado na ordem das superfícies. Simboliza o mundo material e o conjunto dos quatro elementos. Pelo seu equilíbrio, foi tomado como símbolo da estabilidade. É encontrado, frequentemente, na base dos tronos. Num sentido místico, o cubo foi considerado como símbolo da sabedoria, da verdade e da perfeição moral. É a imagem da eternidade, em virtude do seu caráter, não espiritual, mas sólido. (Adaptado do Dicionário de Símbolos)


Metáforas


            A linguagem humana é metafórica por definição.  Nada nela é o que é. Tudo significa algo que, em si mesmo, não é.

                                               Eugen Rosenstock-Huessy – A origem da linguagem


Visões de mitologia


¿ Mitologia é o modo de objetivar o pensamento antigo.
¿ Mitologia é o repertório da mais antiga ciência do ser humano.