Característica básica do ser humano

O ser humano pensa e imagina.

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Ele pensa, pesa, pondera, e como toda balança, compensa... Mas existe pesagem sem comparação de dois pesos – um descoberto e um por descobrir?
Ele compara e mede as coisas. E ao comparar, o que faz? Estabelece uma relação entre as partes, um peso, que não é uma parte nem outra, mas uma medida entre ambas.
Assim, a inteligência compara e reúne. E produz parábolas. Compara e reúne, e reproduz palavras (registro de sons e traços). O fiel da balança aqui é a língua. Daí chamar-se linguagem.
Conhecimento vem da linguagem; e linguagem, do pensamento. Conhecimento é linguagem coagulada, uma relação que reúne e define.

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Ele também imagina, produz imagem, representação. Imita, copia, reproduz o fiel da balança ou simula o efeito compensatório da medição.
Ele intui. E ainda compara e reúne, mas também ordena a reunião. Ordena a leitura com limites, e produz figura. Desenha o valor que o peso tem, os contornos dessa relação.
Assim, a inteligência capta e reúne. E produz metáforas. Capta e reúne, e reproduz parábolas (registro de imagens). O fiel da balança aqui é a língua nascente. Daí às vezes não ter linguagem.
Poesia vem do pensamento, realizado em imagem. Poesia é linguagem expandida, uma relação que reúne para relacionar.

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Essa é a característica básica do ser humano; fruto de sua palavra, de seu radical, de sua raiz.