O filósofo vê. Sua meta é a verdade universal. O artista age. Seu método é a beleza individual. Na filosofia da arte, a verdade do uno se traduz na beleza dos versos. A essência se traduz na existência.
Rohden trata, na Filosofia da Arte, não só do sentimento estético, mas também da ética, a arte que se manifesta no homem. O ser humano pode fazer de si mesmo uma obra de arte.
Desse ponto de vista, todos nós enfrentaríamos no cotidiano e em nós mesmos os problemas enfrentados pelos grandes artistas: a não receptividade da obra e a insatisfação por não ter materializado o que foi intuído. Um artista soluciona seus problemas com a paciência da realização e com uma certa indiferença diante do impacto externo de sua obra, pois sabe que os acontecimentos externos (dinheiro, aplauso, compreensão) não dependem da ação do próprio artista, mas das circunstâncias.
Diante das dificuldades que encontramos no cotidiano e na sociedade para realizarmos nossa obra, pergunto-me se a arte pode se opor à cultura. A arte natural ou espiritual pode se opor à cultura social? Rohden também tem uma pergunta: por que há tão poucos homens creadores, contentando-se com produtividade e transformações?