Livro das Mil e Uma Noites – Introdução

As mil e uma noites não morreram... continuam crescendo, ou recriando-se. E o infinito tempo do livro continua o seu caminho.

Jorge Luis Borges

Mamede Mustafa Jarouche traduziu Kitáb alf layla wa layla, título original do Livro das Mil e Uma Noites, do árabe para o português. O tradutor verteu palavras e expressões de um idioma para o outro, captando ritmos, tons e melodias e acrescentando notas não apenas esclarecedoras para nosso entendimento, como também inspiradoras. À seguinte fala de uma personagem: Ó rei, não deixes que o amor ou o ódio pelo que quer que seja te adentre o coração, pois o coração possui uma especificidade inscrita em seu nome, não tendo sido chamado de coração senão por se revirar, ele acrescentou a nota: em árabe, a palavra taqallub, nome da ação do ‘ato de revirar-se’, é cognata de qalb, ‘coração’. Jarouche nos apresenta também o significado dos nomes das personagens. Ala’uddim, o da lâmpada mágica, quer dizer elevação da fé (ala – elevação  e addim – a fé).

Lemos em Nossos Estudos Poéticos o Livro das Mil e Uma Noites, unindo-nos àqueles que se perguntam como e por que essas histórias, das quais desconhecemos a autoria, foram criadas. E vamos tentar fazer parte de sua criação coletiva transformando-o em posts para continuar compondo nosso mosaico de textos. Serão 7 tesselas postadas, como se fossem os 7 véus a serem retirados:

1) Introdução
2) Volume 1
3) Volume 2
4) Volume 3
5) Na noite seguinte, que era a 666ª
6) As 1001 noites ou O livro do véu de Ísis
7) Volume 4

Esperamos que nossas tesselas se aproximem da beleza daqueles mosaicos do palácio de Aladim, construído com pedras de jade, mármore e pórfiro pelo escravo que saía da lâmpada quando ela era esfregada. E esperamos que elas possam revelar aos nossos corações novos entendimentos para a tradução de Mamede Mustafa Jarouche.