Tessera, completude e
antítese; tomo a palavra não da fabricação de mosaicos, onde ainda é usada, mas
dos cultos de mistério antigos, onde queria dizer um sinal de reconhecimento, o
fragmento, digamos, de uma pequena jarra, que com os outros fragmentos
reconstituiria o vaso. O poeta “completa” antiteticamente seu precursor, lendo
o poema-pai de modo a reter seus termos, mas usando-os em outro sentido, como
se o precursor não houvesse ido longe o bastante.
Harold Bloom, em A Angústia
da Influência – Uma Teoria da Poesia