A onda que invade todos os verões é o Carnaval. Uma onda de
ansiedade atinge as pessoas nos dias que antecedem o
feriado. E os blocos são uma longa série de ondas de euforia a tomar conta das ruas.
Aproveitamos, então, para
falar de uma rua muito especial do carnavalesco bairro de Vila Isabel: o
Boulevard 28 de setembro. A
rua recebeu esse nome por ser a data em que a princesa Isabel assinou a lei do
ventre livre, tornando livres filhos de escravos nascidos a partir daquele dia.
O mosaico acima é parte das calçadas do Boulevard. Durante o carnaval, um
colorido mosaico se sobrepõe ao preto e branco dessas ondas musicais – são os
confetes dos foliões que por ali desfilam.
Em comemoração aos 400 anos
da cidade do Rio de Janeiro, o arquiteto Orlando Magdalena idealizou a obra –
as Calçadas Musicais. Nelas encontramos partituras e cifras de
importantes canções da música popular brasileira. Foi o músico Almirante,
morador da Vila, quem selecionou o repertório a ser tesselado. O maestro
Carioca simplificou as partituras. O projeto decorativo ficou por conta do
arquiteto Hugo Ribeiro. E os anônimos calceteiros concretizaram a ideia com as
conhecidas pedras portuguesas.
Símbolos do bairro, as Calçadas Musicais tesselam as seguintes canções:
¿! Cidade Maravilhosa - André
Filho (na Praça Maracanã)
¿! Feitiço
da Vila - Noel Rosa/ Vadico
¿! Florisbela - Nássara/ Frazão
¿! Renascer das cinzas - Martinho
da Vila (na Praça Barão de Drummond)
Vila Isabel é o berço dos
compositores Noel Rosa, João de Barro e Martinho da Vila e é também o berço da
escola de samba Unidos de Vila Isabel. Em 1988, ano da promulgação da nossa
atual constituição, a escola foi campeã do carnaval com o enredo Kizomba – Festa da Raça. O enredo foi idealizado por Martinho da Vila, tendo Rodolpho de
Souza, Jonas e Luiz Carlos da Vila como compositores do samba-enredo. “Anastácia não se deixou escravizar”,
“O pagode é o partido popular” e “Esta kizomba é nossa constituição” são partes da letra do samba.
Os versos de outros carnavais são
cantarolados nos blocos de rua ainda hoje. Uma
onda de nostalgia também
invade a festa das raças.
Fonte da imagem:
Rio eu te amo