4) Que questionamentos você se faz
no seu trabalho? E o que tem respondido a si mesmo?
Sou
artista mais ocupado com a construção formal, com a dinâmica da
cor, com os aspectos estruturais do quadro de pintura, do que com a representação imagética
dos objetos da realidade ou com a expressão subjetiva, confessional, com
imagens autorreferentes e biográficas. Entretanto, isto não quer dizer que não haja uma impregnação
subjetiva na pintura que realizo, uma presença da fantasia e do inesperado no ato de pintar que não é
resultado apenas de um cálculo exato da razão operante. Pequenas
falhas e hesitações convivem com a exatidão e a limpidez formal. Há
uma ética, há uma posição do pintor diante da arte
e da pintura, mas é esta última que prevalece. A obra de arte, o poema, a canção é que
contam em última instância. Enquanto a
obra vai se materializando, o artista dissolve-se para desaparecer no seu
ato de criação.
5) Você poderia escolher um post
com que tenha mais afinidade para comentá-lo?
Gosto
mesmo é de ler os poemas publicados. Ali naquele setor do blog onde li Camões,
Rilke, Fernando Pessoa, poderiam ampliar a antologia com mais poemas e autores diferentes. Que tal, além dos clássicos modernos, os gigantes de língua inglesa, W.H. Auden, também os contemporâneos brasileiros?