Recitando Ronaldo 3

4) Que questionamentos você se faz no seu trabalho? E o que tem respondido a si mesmo?

Sou artista mais ocupado com a construção formal, com a dinâmica da cor, com os aspectos estruturais do quadro de pintura, do que com a representação imagética dos objetos da realidade ou com a expressão subjetiva, confessional, com imagens autorreferentes e biográficas.  Entretanto, isto não quer dizer que não haja uma impregnação subjetiva na pintura que realizo, uma presença da fantasia e do inesperado no ato de pintar que não é resultado apenas de um cálculo exato da razão operante. Pequenas falhas e hesitações convivem com a exatidão e a limpidez formal. Há uma ética, há uma posição do pintor diante da arte e da pintura, mas é esta última que prevalece. A obra de arte, o poema, a canção é que contam em última instância. Enquanto a obra vai se materializando, o artista dissolve-se para desaparecer no seu ato de criação.



5) Você poderia escolher um post com que tenha mais afinidade para comentá-lo?

Gosto mesmo é de ler os poemas publicados. Ali naquele setor do blog onde li Camões, Rilke, Fernando Pessoa, poderiam ampliar a antologia com mais poemas e autores diferentes. Que tal, além dos clássicos modernos, os gigantes de língua inglesa, W.H. Auden, também os contemporâneos brasileiros?