1.
Nasce o casamento!
Amor e morte se alternam
no corpo da mulher e do homem.
E como agem? como agem?!
Se há quem responda, responde.
Será que
respondem
os epitalâmios?
Os gregos, romanos,
renascentes e lusitanos,
quem sabe respondem
os contemporâneos?
Será que
respondem
os casais
inflamados em luta,
a sedutora e o garanhão,
o médico ou mercenário
de
plantão?
Será que
respondem
os românticos,
respondem os hormônios,
a essência absoluta, será?
Se há quem responda, responde.
2.
Nasce o
casamento,
no princípio: casamento!
Desperta o gene da terra,
pairando sobre a face das águas;
emergem as ondas
nascentes
de onde escorrem
gritos tsunâmicos.
Eis o casamento –
a voz aparecendo
com força reflexa, convexa, complexa;
a única voz, mais que o murmúrio dos bichos,
dos
troncos e minerais.
Eis aqui
donde surge o casamento,
a química, genética, momentum.
E bem aqui,
o princípio vira instinto;
o instinto, astúcia;
e astúcia, cultura;
e cultura procria, decanta,
encanta serpentes de pé,
eriçadas no corpo,
ziguezagueando na pele,
dormentes só se a Natureza dorme.