Oréstia

A primeira leitura que fiz de Oréstia foi há 13 anos. Tudo que eu consegui fazer foi sublinhar os versos que achei mais bonitos. Ano passado reli a Oréstia e percebi que boa parte do que estava sublinhado fazia parte dos coros.

O herói Orestes age obediente ao destino que lhe é revelado no oráculo de Apolo e cumpre seu dever de vingar a morte do pai Agamêmnon, assassinado por Clitemnestra, mãe de Orestes. O herói, confiante em Apolo, assume seus atos diante de Atena. A traição de Clitemnestra e a morte de Agamêmnon provocam a perda da felicidade. O julgamento de Orestes, a justiça, a lei e o voto de Minerva em favor da absolvição do réu provocam a reconquista da felicidade.

O destino das Fúrias é também transformado na tragédia. A absolvição de Orestes do matricídio interfere na ação das Fúrias, responsáveis por perseguir os autores de crimes contra pessoas unidas por laços de sangue. A persuasão de Minerva transforma as Fúrias em Eumênides, as deusas benévolas. A sabedoria transforma a maldição em bênção. Muda a ação, muda o nome.