A linguagem dos Labirintos – preposições e artigos


Sempre átonas, raramente isoladas, ligando antecedentes e consequentes, eternas servas da gramática. Cada preposição tem seu significado unitário, que se desdobra em outros significados contextuais (sentidos), em interpretações pessoais que emergem do que sabemos sobre as coisas, do que experimentamos do mundo.

Semanticamente as preposições desses nossos Labirintos caracterizam-se pela dinamicidade. “Do sol à luz/ da luz ao sol”: de indica o movimento de afastamento da origem, introduz as coisas de que outras coisas provêm ou dependem; a indica o movimento de aproximação ao ponto de chegada. Mais ainda: de chegada a um limite. E que logo se revela uma nova origem: “da luz à cor/ da cor à luz”.

Nas sílabas poéticas desses Labirintos, as preposições juntam-se aos artigos definidos. Contraem-se (de + o = do, de + a = da), combinam-se (a + o = ao), gravemente se acentuam (a + a = à). Os artigos determinam e delimitam as palavras que a eles se seguem. Acompanham os substantivos (o sol, a luz, a cor, o tom, o breu) ou substantivam as qualidades (o gris). Sozinhos, são vazios de significação.

Artigos e preposições são portas e canais. Estrofe a estrofe, o fim se torna origem, labirinticamente. O verbo rege a preposição. Não há origem nem particularização sem dependência.

Consultamos as gramáticas do Bechara e do Cegalla para o estudo acima.