E com seus versos líquidos, a
aranha traça seus caminhos.
A aranha constrói a teia com uma parte do corpo que se chama fiandeira. Dos
tubos da fiandeira sai uma substância líquida que endurece e se transforma em fio
de seda quando em contato com o ar.
A teia pode funcionar como guia para a aranha. Ela deposita um fio em determinado lugar e se põe a andar. Caso se perca, pode por ele voltar, como se fosse um caminho.
De acordo com o Dicionário de Símbolos, a teia de aranha representa a beleza da criação, o véu de Maya
– realidade ilusória ou realidade existente. E Maya é a xácti de Varuna, senhor
das águas. Nas Upanishads, a aranha
que se eleva ao longo de seu fio é um símbolo de liberdade. O fio do iogue é o
monossílabo om. O fio da aranha
(o caminho que começa dentro dela mesma) é o meio de realização espiritual.
De onde a aranha tira o seu veneno... As aranhas venenosas não
fazem teias. A exceção à regra é a Aranha Marrom, cuja teia irregular
lembra um chumaço de algodão. Teias bonitas não são tecidas por aranhas peçonhentas.
De onde a aranha tira o seu veneno... Foi encontrada em nossa
época por cientistas dos EUA uma aranha que
se alimenta do néctar das flores. Seu nome, bagheera Kipling,
é inspirado na personagem Bagheera, a pantera de O Livro da Selva, escrito por Rudyard Kipling. Essa aranha se
alimenta de Baldi, o néctar das acácias.