Labirinto simbólico


O nome Labirinto, palácio do Machado, lembra que a habitação mítica do Minotauro, segundo o nosso Dicionário de Símbolos, era o santuário do machado. O machado entreabre a Terra e fende a casca da árvore. É a pedra-de-raio, que cai do céu e o liga à Terra por um eixo. Ao cortar, o machado solta faíscas, ilumina.

O labirinto é um entrecruzamento de caminhos. O objetivo de quem nele entra é descobrir o centro. Sua essência é circunscrever no menor espaço possível o mais completo emaranhamento de veredas. Nisso assemelha-se à poesia, que condensa no menor número de palavras o máximo de significados. Podemos pensar também que o centro do labirinto é como o vértice de onde vertem os versos.

O acesso ao centro faz parte de uma viagem iniciatória. Quem o encontra penetra num espaço bem protegido, onde se guarda um símbolo do poder, do sagrado, da imortalidade. Nisso assemelha-se à mandala.

Quanto mais difícil a viagem, mais o peregrino se transforma e, no seu percurso, adquire um novo ser. Sua viagem é uma passagem das trevas à luz. Mas não fará também a luz a sua própria viagem?

O labirinto é o entrecruzamento de dois símbolos – a trança e a espiral. É o entrecruzamento da infinita mutação e do infinito retorno. Em Nossos Estudos Poéticos, é o entrecruzamento de duas formas poéticas – Mandalas e Arabescos.