13/11 de gradação em
gradação
move-se a árvore
da sementeira à raiz, da raiz ao
tronco
dos galhos aos ramos, dos ramos
aos frutos, dos frutos às sementes
ascende e descende e ascende e
descende
até que as raízes se configurem
como pés firmes
e os galhos como braços que
buscam
e os homens, que veem seus pés e
seus braços,
ouvem também suas vozes, seus
cantos, seus choros
Por que quer o homem personificar
a árvore
seguindo seu caminho tão
desarvorado?
Olhando a árvore pela janela:
Movem-se reticentes
sete... oito... nove...
sementes crescentes
Olhando a figura pelo poema:
“Olha antes a semente (...)
vê através do pequeno embrião de
árvore”
“As árvores e os homens se
confundem (...)
(...) os poetas foram árvores!”
“Uma velha mangueira comovida,
deita no chão maldito a sombra
boa.”
“No galho das mangueiras
o vento canta.”
“Quando galhos prolongo, entendo
o meu destino”
“E, quando os ventos rugem nos
espaços,
os seus galhos se torcem como
braços
de escravos vergastados pelos
ventos”