Quando soube que havia uma exposição no Rio com um quadro de Bosch fiquei muito alegre. A primeira pintura que vi de Bosch foi A extração da pedra da loucura. Esse quadro tem duas inscrições em gótico. Ele fazia em alguns de seus trabalhos alusão a provérbios e ditos holandeses, transformando-os em temas poéticos. Depois, conheci Os sete pecados capitais (que muitos entendem como uma mandala), A nau dos loucos e A carroça de feno (O mundo é um monte de feno; todos pegam alguma coisa enquanto podem). Bosch é meu pintor preferido, dentro da pequena coleção dos que conheço obviamente, ao lado de Van Gogh. O título do quadro exposto no Rio é Cabeça de um executor.
Estou escrevendo tantos nomes de quadro porque estava pensando justamente sobre isso enquanto via as obras na exposição. Quanto mais nos aproximamos da época em que vivemos, mais os quadros vão sendo chamados de Sem título. Gosto de obras com títulos bem definidos porque o título é uma marca e indica, muitas vezes, a causa e o intuito de uma obra.
A exposição trata de coleções particulares de arte. Para o curador, o objetivo da mostra é incentivar o público a colecionar. Posso dizer que este blog é feito por colecionadores de livros. Mas fico pensando sobre o que de fato estamos colecionando em nossas vidas e o que acontece com essas coleções quando morremos.
Também é interessante pensar naquilo que motiva uma coleção. A causa pode ir desde o amor pela arte até o investimento financeiro. E a causa das coleções fica de certa forma marcada nos quadros.
Por último, gostaria de destacar o quadro Saída da aldeia. Fui para ver A cabeça de um executor, mas fiquei encantada com a Saída da aldeia.
Sobre a visita feita em 22 de outubro de 2011 no Centro Cultural Correios.