Mangifera indica – 13/5





13/5    da árvore humana?
Que tinta, que cor, que sentimento
ele usaria na pintura
dos garranchos dos versos emaranhados?

E outras seriam as visões da árvore...
alheia e verde ao que escrevo
silenciosas folhas erguendo
flores de renúncia emanando
mais sensível ao amarelo solar
do que à sua sombra
Um duplo que irei projetar
sobre papéis transparentes
com grafite e bistre
nanquim e azeviche

E as células seriam outras visões...
É esta mangueira uma célula tronco
pluripotente, poderia ser várias
unipotente, veio a dar em versos
Células estaminais
tecendo linguisticamente
sutis estruturas
nos sulcos da matéria

E outras seriam as visões da árvore...
Um verde escuro e frio
estremece nos ramos
estruturando árvores e ventos
armazenando versos e invernos


13/04        13/6